Cachorro arrastado por veículo na Vila Nhanhá perdeu parte da pele e precisa ser internado
Prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (18), na sede da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), em Campo Grande, o jovem de 20 anos flagrado por câmeras de videomonitoramento do bairro Vila Nhanhá arrastando um cachorro vivo em um veículo. O caso ocorreu no dia 11 e ganhou notoriedadde no dia seguinte, após as imagens serem compartilhadas nas redes sociais por grupos de proteção animal.
Além do condutor responsável, o cachorro, identificado pelo nome de Thor, da raça Pitbull de um ano e seis meses, também passou por exames de pericia, através de uma médica veterinária encaminhada pelo CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul), após pedido da Decat.
De acordo com as inagens divulgadas pela investigação do caso, o cachorro apresenta ferimentos considerados graves por conta do tempo em que foi puxado pelo veículo no asfalto. O carro também irá passar pela perícia. A investigação vai apurar se o caso foi intencional ou se foi acidental, conforme alega a defesa do motorista.
O cachorro foi atentido na Sala Laranja, espaço destinado para repressão e prevenção da crueldade e maus-tratos dos animais. Thor perdeu parte da pele na altura das patas e, conforme a avaliação da veterinária, ele não tem condições de ser tratado em casa e precisará er internado em uma clínica urgente para evitar infecções nas feridas abertas.
Para a investigação do caso, a princípio, houve omissão no socorro do cachorro e isso pode resultar em crime. Pelas redes sociais, grupos de proteção animal estão cobrando uma penalidade ao motorista.
Defesa alega que foi um acidente doméstico
Em entrevista para o site EnfoqueMS no dia 14, o advogado Bruno Tamaciro, que representa o motorista, disse que o caso, na verdade, se trata de um acidente doméstico.
De acordo com a versão do motorista, relatada pelo seu advogado, o cachorro é de estimação da família. “Ele [o motorista] não sabia que o cachorro estava amarrado no seu carro. Naquele dia, sua avó prendeu a coleira do cachorro no rabicho do carro e, sem ter visto isso, o jovem saiu com o veículo para ir até uma oficina mecânica distante cerca de duas quadras da casa”, relatou.
“Ele não sabia que puxava o cachorro”, reafirmou o advogado, alegando que o cliente não fez o ato de forma proposital, conforme foi denunciado nas redes sociais por testemunhas, mas que foi algo acidental. “Não houve qualquer tipo de crme”, defendeu.
Ainda de acordo com o advogado, o motoristta só tomou ciência dos fatos quando chegou na oficina e encontrou o cachorro ferido e a coleira amarrada no rabicho.”Ele nem deixou o carro na oficina, imediatamente foi levar o cachorro para a clínica veterinária. O cachorro está com a família há pouco mais de um ano e ele adora o bicho. Já foi medicado e agora está bem, sem lesões graves ou ferimentos comprometedores”.
Para ele, embora o caso tenha gerado muita comoção nas redes sociais, tudo não passou de um acidente doméstico. “Foi uma fatalidade. Ele não teve a intensão de provocar. Quem que vai sair com o carro puxando o seu próprio animal de estimação por duas quadras? Ele nem estava em alta velocidade, conforme foi noticiado por alguns sites, talvez no máximo 40 km/h”, defendeu o profissional.
O caso
O vídeo do veículo puxando um cachorro pelas ruas do bairro Vila Nhanhá ganhou repercussão na internet na última segunda-feira (11), após uma testemunha compartilhar o vídeo de uma câmera de monitoramento com uma página de ONG de proteção animal.
O cachorro estava vivo e tentava correr para acompanhar a velocidade do carro, mas, em alguns momentos acabava caindo e era arrastado, deitado no asfalto. Diante dos fatos, a Decat abriu uma investigação por maus-tratos contra o animal e passou a procurar pelo motorista do carro.