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Bovespa despenca 12% e tem maior queda percentual diária desde 1998

O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, desabou 12,16% nesta segunda-feira (9), na maior queda em mais de 20 anos. O dia foi marcado por uma tensão generalizada nos mercados globais após o tombo preços do petróleo adicionar mais um componente de turbulência, elevando os temores de uma recessão global.

Logo na abertura da sessão, o índice despencou 10%, atingindo mínimas em mais de 1 ano, o que provocou a interrupção das negociações (circuit breaker).

O Ibovespa encerrou o dia a 86.067 pontos, recuo de 12,17%, maior queda percentual desde 10 de setembro de 1998, causada pela moratória da Rússia. Na mínima do pregão, o índice chegou a 85.879 pontos, menor patamar intradia desde 28 de dezembro de 2018, quando o índice chegou a 85.469 pontos. Na máxima, chegou a 97.982 pontos. Veja mais cotações. No ano, o Ibovespa acumula queda de 25,58%.

Às 10h32, o índice registrou queda de 10,02%, recuando a 88.178 pontos, quando as negociações foram interrompidas por 30 minutos.

Já o dólar fechou em queda nesta segunda, chegando a bater R$ 4,72.

Pela regra da B3, quando a queda passa de 10% é acionado automaticamente o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papéis por 30 minutos. A última vez que o mecanismo tinha sido acionado na bolsa brasileira foi no dia 18 de maio de 2017, em meio às denúncias do dono da JBS contra o presidente Michel Temer.

Numa mesma sessão, o circuit breaker só é acionado pela segunda vez se a queda chegar a 15%. Nesse caso, a paralisação é de 1 hora.

Petrobras perde mais de R$ 67 bi em valor de mercado

Entre os maiores tombos do dia, as ações da Petrobras desabavam mais de 23%, acompanhando o tombo da cotação do petróleo. Mais cedo, os papéis da estatal chegaram a cair quase 25%.

Segundo dados da Economatica, a petroleira perdeu em poucas horas mais de R$ 67 bilhões em valor de mercado. Por volta das 13h, a estatal estava avaliada na B3 em R$ 239,5 bilhões, contra um valor de R$ 306,9 bilhões no fechamento dos mercados na sexta-feira (6).

Até então, a maior perda de valor de mercado em um dia na história da companhia foi a registrada no dia 24 de maio de 2018, quando a petroleira perdeu R$ 47,2 bilhões, em meio à greve dos caminhoneiros e críticas à política de preços de combustíveis da companhia que culminaram na saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras.

Os preços do petróleo, desabaram cerca de 25% nesta segunda-feira, para perto de US$ 30, na maior queda diária desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991), atingindo mínimas que não eram registradas desde fevereiro de 2016.

Na sexta-fera, o Ibovespa fechou em queda de 4,14%, a 97.966 pontos – menor patamar de fechamento desde 27 de agosto, acumulando queda de 15,28% no ano.

Circuit Breaker — Foto: Arte G1

Na Europa, as principais bolsas fecharam em queda em torno de 7%, acumulando perda em torno de 20% no mês de março.

Nos Estados Unidos, as negociações também foram suspensas em Wall Street por 15 minutos na abertura, depois que o S&P 500 desabou 7%. As bolsas de Nova Iorque encerraram o dia com queda de mais de 7%.

De acordo com o gestor Werner Roger, sócio-fundador da Trígono Capital, muitos investidores reagem em situação de pânico, mas ainda não se pode dizer nada sobre a duração ou intensidade do estresse experimentado pelos mercados. “Cada dia surge um fato novo. Pode sair um fato novo positivo que reverte tudo, ou outro que piora mais ainda”, afirmou à Reuters.

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