Bombeiros usaram cerca de 80 mil litros de água para apagar incêndio no Pantanal
Um incêndio de grandes proporções mobilizou o Corpo de Bombeiros na data de ontem (10), em Corumbá. O fogo atingiu uma área de mato na região da Fazenda Itakupe, próxima a sede da empresa Vetorial. Ao todo, foram usados cerca de 80 mil litros de água para conseguir apagar as chamas.
Por conta do tempo seco e das fortes rajadas de vento, o fogo consumiu uma grande extensão de cerca de 8 km, sendo necessário usar carros pipas, tratores e arados, além de abafadores e a técnica de linha fria, aceiros, rescaldo e monitoramento. Os bombeiros permanecem na região para monitoramento, evitando novos focos.
Outra localidade onde os militares estão atuando é na região da Fazenda Otilia, próximo ao Parque Estadual Pantanal do Rio Negro. Por lá, uma aeronave de combate ao fogo precisou ser acionada para controlar o fogo. A região do Pantanal está sob alerta de baixa umidade e calor intenso ao longo dos próximos dias, com a temperatura 5ºC acima do normal.
Fumaça
Também na sexta-feira, imagens de câmeras de monitoramento mostraram o momento em que uma densa nuvem cinza encobriu a Serra do Amolar, a cerca de 150 km de Corumbá. O registro foi feito e divulgado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e mostram os reflexos das queimadas na região do bioma, porém, no estado vizinho de Mato Grosso.
câmera que captou a imagem da “nuvem de fumaça” está instalada a quase 1 mil metros de altitude. O evento foi registrado depois que os ventos passaram a soprar no sentido da Serra do Amolar/Bolívia, no começo da tarde e com a aparente intensidade do vento, a nuvem alcançou o topo da Serra do Amolar e cobriu a antena instalada no local. Depois das 19h não havia mais fumaça no local.
Segundo especialistas, as nuvens de fumaça ocorrem em períodos sem chuva. Para que a nuvem de cinza e poeira ocorra é preciso a junção de rajadas de vento fortes e muita matéria orgânica no solo seco, exatamente o fenômeno registrado na Serra do Amolar. Com a força, o vento elevou as cinzas que encobriram o lugar que é um dos santuários da biodiversidade pantaneira.
O presidente do IHP, Coronel Ângelo Rabelo, ressaltou que a situação sinaliza a gravidade dos incêndios. “O fogo vem destruindo o refúgio da vida selvagem no Pantanal norte. Em MT, os incêndios já destruíram mais de 100 mil hectares e está atravesando os limites geográficos. Não podemos mais pensar de forma compactada e assistir ao caos que se aproxima”, disse.