Bombeiros reforçam que não se deve tomar banho no Rio Aquidauana e dão dicas para evitar afogamentos
Dados divulgados nesta semana pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul apontam que, no decorrer de 2024, foram registrados 60 casos de afogamento nos rios que cortam o estado. O número, considerado alto, reforça a importância da população se prevenir e escolher um local seguro para o banho no rio ou lagoa.
A principal orientação da corporação é observar as características do rio, se tiver correntezas fortes, pedras submersas e trechos de difícil visibilidade, é considerado altamente perigoso para o banho, colocando em risco até mesmo quem tem experiência em atividades aquáticas.
Conforme o Sargento Franklin Gonçalves Fonseca, especialista em mergulho do Corpo de Bombeiros, os banhistas devem sempre preferir áreas certificadas pela corporação, que são devidamente sinalizadas, possuem salva-vidas e locais reservados para banho. “Essas áreas garantem maior segurança, evitando os riscos de afogamento”, disse.
Rio Aquidauana não é para tomar banho
Segundo os bombeiros, o Rio Aquidauana, um dos mais conhecidos e procurados por pescadores em Mato Grosso do Sul, não é apropriado para banhos. A justificativa é de que a aparência calma da água esconde pedras e correntes traiçoeiras. Esses “perigos invisíveis” são enganosos e podem surpreender os banhistas.
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul não recomenda o uso do rio Aquidauana para lazer, devido aos riscos envolvidos, pois a falta de atenção e de orientação pode resultar em tragédias, com o custo sendo, muitas vezes, a própria vida”, reforça o comunicado da corporação.
O alerta aconteceu pela aproximação do período de férias escolares e também do verão, estação com o clima mais quente. Além disso, no último dia 05 houve uma morte neste rio por afogamento. A vítima, um jovem de 19 anos, teria mergulhado próximo à Ponte do Grego quando foi arrastado pela forte correnteza.
O desaparecimento foi percebido por um colega, que acionou o Corpo de Bombeiros. Imediatamente iniciou os trabalhos de resgate e buscas com mergulhadores e apoio do Exército Brasileiro. Após intensas buscas, o corpo do rapaz foi localizado distante cinco quilômetros do local exato de onde foi visto pela última vez.
Dicas para evitar afogamentos e acidentes aquáticos
O mergulhador do CBMMS, Sargento Michel, reforça a importância de evitar saltos e mergulhos em águas turvas e correntosas. “Nadar ou mergulhar em águas naturais, onde a visibilidade do fundo é limitada, pode ser extremamente perigoso. Mesmo em águas que parecem tranquilas, podem existir correntes fortes ou obstáculos submersos”, alerta.
O especialista também orienta que, ao perceber um deslocamento da água diferente do fluxo natural do rio, o banhista deve se abster de adentrar a área, pois isso pode indicar a presença de uma correnteza. Assim como, alguns comportamentos do banhista podem ocasionar esse tipo de ocorrência, aponta o especialista, sendo eles:
- 1- ingestão de bebidas alcoólicas;
- 2- Não saber nadar (imperícia);
- 3- Entrar em lugares desconhecidos;
- 4- Subestimar a correnteza;
- 5- Não observar as crianças dentro da água (distração dos responsáveis);
- 6- Navegar em embarcações sem coletes salva-vidas.
Para evitar tragédias em meio à diversão, o Corpo de Bombeiros Militar orienta:
- Para banhistas: evite entrar na água pulando de cabeça. Entre primeiro com os pés e não pule em águas desconhecidas. Se ingerir bebida alcoólica evite entrar na água. Para evitar o afogamento de crianças, elas devem sempre entrar na água acompanhadas ou sob observação dos pais ou responsáveis. Na água, mantenha a criança a no máximo um braço de distância, garantindo suporte caso necessário.
- Para a vítima de afogamento: lembre-se sempre de manter a calma. A maioria das pessoas morre por conta do desgaste físico na luta pela sobrevivência. Flutue e acene por socorro. Só grite se realmente alguém puder lhe ouvir, caso contrário, isso vai acelerar o cansaço e o afogamento. Caso esteja no mar, deixe ser levado para o alto mar e acene por socorro ou tente alcançar um banco de areia. Em rios, procure manter os pés à frente da cabeça, usando as mãos e braços para dar flutuação e utilize a correnteza ao seu favor em busca da margem.
- Reconhecendo uma situação de afogamento: a primeira coisa a se fazer em caso de afogamento é reconhecer um afogamento. Ao contrário do que se vê nos filmes, o banhista em apuros não acena com a mão e nem grita por ajuda. O banhista encontra-se tipicamente em posição vertical, com os braços estendidos lateralmente, batendo na água. Ocorre também a submersão e emersão da cabeça diversas vezes, na luta para manter as vias aéreas acima da superfície da água. Na busca pela respiração, dificilmente as vítimas conseguem fôlego para gritar por socorro. Então, ao reconhecer um afogamento, ligue imediatamente ou peça para alguém ligar 193 e avise o que está acontecendo, indicando local, quantidade de pessoas envolvidas e o que está sendo feito.
- Ao presenciar uma situação de afogamento: Após ligar 193, forneça flutuação para a vítima. Caso não haja boia salva-vidas no local, improvise com objetos flutuantes, tais como: garrafas de plástico vazias, pranchas de surf, materiais de isopor ou espuma, corda, galho resistente ou qualquer outro material que garanta suporte à vítima. O maior objetivo deve ser manter a vítima com as vias aéreas fora da água e parar o processo de afogamento, para assim ganhar tempo até a chegada do socorro profissional. Só entre na água para ajudar se tiver treinamento e preparo físico e, sempre, com um material de flutuação para oferecer ao afogado. Jamais busque o contato direto. Lembre-se: a prioridade é ajudar jogando o material de flutuação, sem entrar na água, se possível for. Caso você necessite fazer isso, tenham cuidado ao tentar retirar a vítima da água, pois você pode se tornar uma segunda vítima.