Bandido morto no Jardim Tijuca estava concorrendo com traficante na venda de drogas
O criminoso Luiz Felipe da Silva, de 22 anos, conhecido por ter se arrependido de um furto e depois ter comprado uma televisão nova e parcelado em 10 vezes no cartão de crédito, foi morto na quarta-feira (31) a mando de um traficante que comanda a venda de drogas na região do bairro Jardim Tijuca, em Campo Grande. A polícia prendeu três pessoas responsáveis pelo assassinato do jovem.
Conforme a investigação, um adolescente de 15 anos testemunhou toda a ação na casa da vítima e relatou os detalhes do crime, bem como os suspeitos. O menor trabalhava junto com Luiz na revenda de drogas e, inclusive, foi baleado de raspão durante a execução do amigo. Além dele, outro pessoa, mais velha, também testemunhou o crime.
Os assassinos agiram a mando de um traficante que controla o comércio da região. Luiz estava promovendo a venda de entorpecentes e fazendo concorrência com ele. O adolescente relatou que ouviu os pistoleiros dizendo que o assassinato de Luiz foi pago por uma quantia inferior ao preço de uma caixinha de cerveja. O menor ficou escondido atrás de um sofá enquanto o outro rapaz correu para os fundos do imóvel.
Luiz foi atingido por 20 tiros na região da tórax, braços e cabeça e morreu na hora. No início do mês de março ele se apresentou à polícia com um televisor novo, recém-comprado na loja e que parcelou em 10 vezes no crédito e pediu para que fosse entregue a uma vítima de um furto praticado por ele na região dos bairros Nova Lima e Ramez Tebet. Na época, foram recuperados também micro-ondas, televisão e notebook todos na casa do bandido.
A prisão dos assassinos aconteceu na madrugada desta quinta-feira (1º) pelo Batalhão de Choque (BPChoque). A arma usada na execução também foi apreendida. Conforme as informações, durante diligências para localizar os suspeitos, a guarnição avistou no bairro Guanandi um veículo Fiat Uno, de cor prata, que teria sido utilizado no crime.
O homem que conduzia o carro, Thiago da Silva Gomes, de 23 anos, foi abordado pelos policiais e ficou nervoso na entrevista, momento em que os policiais invadiram a casa em que ele ia entrar. No local, foram apreendidas porções de maconha e papelotes de cocaína. O rapaz afirmou que trabalhava para o dono da casa, Marcelo Rodolfo das Neves Oliveirade 22 anos, e que recebia R$ 400 para embalar a droga.
Aos policiais, o rapaz disse que emprestou o carro na data de quarta-feira para um homem apelidado de ‘Gordinho’, a mando do dono da residência. Na versão dele, o carro esteve com o homem por volta das 9h35 até às 15h50. Após retomar o carro, ele chamou um motorista de aplicativo para que Gordinho, juntamente com outro sujeito identificado como ‘Magrelo’, pudessem ir até uma casa no bairro Aero Rancho.
A polícia conseguiu a localização do imóvel e, no local, prendeu Fabiano Silveira (Gordinho), de 34 anos, que confessou a participação no homicídio, entregando aos policiais um carregador de pistola com três munições intactas e informando que a arma do crime estaria com o comparsa Caio Cesar de Oliveira da Silva (Magrelo), de 20 anos, no bairro Tarumã.
Neste terceiro imóvel visitado pelos policiais, Magrelo foi encontrado mas conseguiu fugir, no entanto, acabou preso em cima do telhado já no bairro Taquarussu. Ele também confessou o assassinato e disse que agiu a mando de outro pessoa. Disse ainda que enterrou a pistola .380 no quintal da casa da irmã, no Tarumã, posteriormente encontrada pelos policiais e aprendida.
A polícia agora procura pelo Marcelo, que seria o dono do carro usado no crime, por sua vez registrado como roubado na polícia. A investigação disse que este trabalha para Thiago Paixão, o traficante responsável por mandar assassinar Luiz e que comanda o comércio de drogas na região. Paxão está preso desde 2018 por tráfico de drogas, apesar disto, ele continua controlando tudo de dentro do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.
Os presos responderão por receptação, associação criminosa, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, homicídio qualificado pela traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, tráfico de drogas e homicídio doloso, se o crime é praticado em concurso de duas ou mais pessoas.