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Avenida Duque de Caxias tem mais um dia caótico por conta do protesto de bolsonaristas

Nem mesmo o frio consegue colocar um ponto final no bloqueio que atrapalha o fluxo do trânsito na Avenida Duque de Caxias, em frente a sede do Comando Militar do Oeste (CMO). A ação é promovida por bolsonaristas que não aceitam o resultado das urnas eletrônicas da eleição do segundo turno realizada no último domingo (30), onde Jair Bolsonaro (PL) acabou derrotado pelo presidente eleito Lula (PT). O trecho está com uma barricada de pneus desde o final da tarde de ontem (31) e não há previsão para ser encerrado.

os manifestantes fazem uso da bandeira do Brasil, além de cartazes no qual pedem, entre outras coisas, que as Forças Armadas tomem conta do poder em uma espécie de Golpe de Estado, algo que é inconstitucional e até mesmo inaceitável para os dias atuais. No local, um abrigo foi montado e possui até mesmo banheiro químicos e caixas térmicas com água e alimentos para os presentes. Durante a tarde, um churrasco foi promovido no acampamento, montado no canteiro central da via.

A barricada de pneus está no sentido centro-bairro da Avenida Duque de Caxias, sendo que há apenas uma faixa liberada para tráfego de veículos, que seria a de uso exclusivo do transporte público. Já no sentido bairro-centro apenas uma das três faixas estão bloqueadas até agora. A ideia de deixar o trânsito fluir, ainda que em ritmo lento, segundo os manifestantes, é de evitar conflitos com a polícia e órgãos ligados ao trânsito e a segurança pública, apesar de o ato ser proíbido de qualquer forma.

Durante a noite passada, um trio elétrico esteve presente na manifestação e reuniu algumas lideranças bolsonaristas, entre os presentes estavam o ex-candidato a vice-governador Humberto Figueiró (PRTB), que chegou a falar com os presentes. O grupo está recebendo dinheiro de apoiadores de Jair Bolsonaro e contam até mesmo com três refeições diárias, água e refrigerante, gerador de energia e até um guindaste que está sendo usado para hastear a bandeira do Brasil.

Confira um vídeo compartilhado nas redes sociais em que mostra o trânsito lento na Avenida Duque de Caxias:

Polícia Militar vai intervir nos protestos

Nesta tarde, o uso do aparato da Polícia Militar foi autorizado para conseguir reetabelecer a ordem nas ruas e desbloquear as estradas. Em nota à imprensa, a Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) disse que adotará as medidas necessárias para o cumprimento da decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF), obedecendo todos os protocolos operacionais exigidos, sobretudo o esgotamento da negociação para a saída voluntária dos manifestantes.

Sem citar maiores detalhes e nem mesmo indicar o número do efetivo que estará sendo empregado, a nota explica que nesta primeira fase da operação, a Polícia Militar atuará para o cumprimento da decisão nas vias estaduais e, após, poderá apoiar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas rodovias federais. “A SEJUSP disponibilizará à PRF apoio se necessário também do Corpo de Bombeiros para auxiliar nas ações onde for preciso sua atuação”, diz o comunicado.

Presidente entende os movimentos, mas pede a ordem

Ao falar pela primeira vez desde a derrota das urnas, o presidente em fim de mandato Jair Bolsonaro (PL) disse, em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, que os atuais movimentos populares “são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Além disso, o líder político comentou que seus eleitores não podem usar médotos que são da esquerda. “As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, complementou.

No discursso, que durou pouco mais de três minutos, Bolsonaro não citou o adversário eleito Lula (PT) e também não mencionou o reconhecimento do resultado das urnas eletrônicas, equipamento este que ele sempre criticou e acusou para fraudes.

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