Audiencia discute implantação de corredor cultural e gastronômico na Rua 14 de Julho
A Câmara Municipal de Campo Grande, por meio da Comissão Permanente de Cultura, realizou, nesta quarta-feira (29), audiência pública para discutir a criação de um corredor cultural e gastronômico na Rua 14 de Julho. Um projeto de lei, do vereador Ronilço Guerreiro, já foi protocolado na Casa propondo a criação do espaço no trecho entre as Rua Marechal Rondon e a Avenida Mato Grosso.
“A 14 de Julho foi revitalizada. Colocaram câmeras de segurança, calçadas, bancos, mas esqueceram de levar gente. O Centro se faz com pessoas. Com essa revitalização, o aluguel e o IPTU aumentaram. Não é só Campo Grande que passa por esse problema, da desocupação dos centros. O Centro precisa ter atrativos e nada melhor do que trazer naquele espaço, entre a Marechal Rondon, e a Avenida Mato Grosso, um grande corredor cultural e gastronômico”, afirmou Guerreiro.
“De fato, após as obras do Reviva Centro, a Rua 14 de Julho ficou linda, mas não adianta apenas ser bonita, precisa ter atrativos para que a população volte a frequentar o centro. Os bairros hoje contam com comércio, mercados, bancos e com isso nossa região central está cada vez mais abandonada e é dever do poder público buscar formas de resolver essa situação”, acrescentou.
Segundo o vereador Prof. André Luís., a cidade “precisa pulsar”. “O que dá vida a uma cidade é a cultura. Precisamos manter a cidade viva. É um problema multifacetado. Precisamos conversar, manter um diálogo permanente. Somos plantadores de sementes, estamos na fase de plantar. E, para isso, temos que preparar o solo e saber exatamente qual é o problema. Se fizermos a intervenção errada, vamos continuar com o problema”, defendeu.
Para o vereador Zé da Farmácia, as obras de revitalização ‘mataram’ o Centro. “Vemos obras, mas parece que infelizmente matou o Centro, e precisamos ressuscitar. Eu sempre vinha ao Centro, comprava um CD, um disco, e era um prazer. Hoje, vemos ruas vazias, um comércio capenga e isso preocupa, pois gera emprego e renda. Ficou bonitinho, mas fica feio com o comércio fechado”, lamentou.
Em sua fala, Cristiano de Almeida, da Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos, garantiu que a revitalização recente da Rua 14 de Julho visou, principalmente, atrair as pessoas para o Centro da Capital. “O comércio deu uma renovada. Não atingimos nosso objetivo total, mas foi uma obra de sucesso, feita em tempo recorde. Implementamos ações inovadores. E essa questão de trazer vida para o Centro não envolve apenas obras. É um trabalho que deve ser feito a várias mãos”, disse.
Representando a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, Marinalva Pereira colocou a instituição à disposição para que a criação do corredor se torne realidade. “Nós, da CDL, que somos parceiros do varejo, agradecemos a iniciativa, que é louvável. Tenho certeza que vai revitalizar. Eu mesma vou ser uma frequentadora. Que tenham a CDL como um parceiro positivo nesse projeto”, garantiu.
O secretário-adjunto da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Enéas José de Carvalho Netto, também apoiou a proposta. “A ideia é louvável. Podemos, sim, contribuir com tudo isso. Hoje, se quisermos que a 14 de Julho vire um case de sucesso para o Brasil inteiro, precisamos trabalhar essa questão da habitação e da oferta de serviços públicos na região”, sugeriu.
Já o engenheiro Sérgio Seiko Yonamine, da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), afirmou que é preciso pensar o Centro como um todo, e não apenas a 14 de Julho. “O Centro das Moreninhas floresce porque tem gente morando. Tem gente consumindo. Uma das causas da crise de serviços de comércio do Centro é a perda da população. Durante anos, sonhamos com a revitalização da 14. Dizem que ficou bonito, mas não funcionou. Acho que tem um projeto muito bom. Mas não dá para se pensar só na 14, mas sim na região central”, defendeu.