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Assassina de chargista diz que matou por não ter sido assumida publicamente por ele

A massoterapeuta Clarice Silvestre, de 44 anos, responsável pelo assassinato do chargista Marco Antônio Rosa Borges, de 54, alegou em seu depoimento na Delegacia Especializada em Repressão à Homicídios (DEH), na quarta-feira (25), que estava “muito magoada por não ser assumida publicamente pela vítima”.

A mulher está presa na 2ª Delegacia de Polícia, em Campo Grande. Foi 1h30min de diálogo com os investigadores. Na versão dela, disse que mantinha um relacionamento amoroso com Marco há nove meses e, desde o início, esperava ser assumida publicamente por ele. No entanto, o chargista alegava que “não iria falar para os amigos e a família que namoraria uma pessoa que faz massagem com toque genital, principalmente em homens”. conforme contou a assassina.

Clarice também citou que os dois tiveram uma briga há cerca de duas semanas. Segundo o depoimento dela, Marco foi até o seu local de trabalho e a informou de que iria reatar um antigo relacionamento com outra mulher. Algum tempo depois, ele a procurou novamente e disse que “não deu certo, mas, arrumaria uma outra namorada para que ela continuasse sendo a sua amante”.

No dia do crime, ainda na versão dela, os dois tornaram a discutir sobre ele assumir o namoro com ela e, mais uma vez, o chargista negou. Na sequência, Marco teria agredido a mulher, que se defendeu empurrando-o contra uma escada. Depois de cair dos degraus, a vítima ainda estava consciente e Clarice usou uma faca de cozinha para atingi-lo nas costas.

Ao virar, ele reclamou de dores e ela desferiu mais um golpe, agora contra o peito da vítima, que faleceu no local minutos depois. O filho mais novo da massoterapeuta, de 21 anos, ajudou a transportar o corpo do chargista até outro endereço.

Ele também confessou a participação no crime e foi indiciado por vilipêndio e ocultação de cadáver. O jovem responde em liberdade, mas pode ter a prisão decretada no decorrer do inquérito policial.

A investigação relato que mãe e o filho teriam ficado pelo menos nove horas com o corpo do chargista dentro de casa realizando o esquartejamento do corpo para escondê-lo dentro de três malas. Na sequência, foram até a casa do rapaz, que fica a 40 metros de distância do imóvel abandonado no Jardim Tarumã onde as malas com os restos mortais da vítima foram carbonizados.

Um motorista de aplicativo também foi interrogado pela polícia. Ele foi contratado pela mulher para transportar as malas de sua clínica, no bairro Monte Castelo, até a casa do filho, recebendo R$ 70,00.

Na casa, mãe e filho esperaram a esposa dele, de 21 anos, dormir para levar os restos mortais até o terreno, o que ocorreu somente por volta das 03 horas da madrugada de domingo (22). A dupla chegou a evitar passar pelos trechos iluminados da rua, cortando caminho por meio de um campo de futebol.

Um segundo filho da mulher, de 25 anos, disse que somente ficou sabendo dos fatos na noite da última segunda-feira (23). Na sua versão, disse que entrou em contato e orientou a mãe. que estava escondida em Coxim, a se entregar para a polícia.

Clarice Silvestre vai responder pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, vilipêndio e ocultação de cadáver. Ela passou por audiência de custódia e teve a prisão temporária mantida pela Justiça.

Câmera de segurança flagra chargista antes de ser visto pela última vez, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. — Foto: Câmera de segurança
Câmera de segurança flagra chargista antes de ser visto pela última vez, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. — Foto: Câmera de segurança

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