Após verão de muita chuva e pouca prevenção, casos de dengue crescem
As doenças provocadas pela picada do mosquito Aedes aegypti, em especial a dengue, voltaram a ser registradas em todo o País neste ano de 2022. Dados do Ministério da Saúde, através do último boletim epidemiológico divulgado na semana passada, apontam para um aumento de 85,6% nos casos quando comparado com o mesmo período de 2021.
A região do Centro-Oeste tem sido o local que mais chama a atenção das autoridades sanitárias. O crescimento é de 242%, também levando em consideração os números de 2021. O Ministério confirmou que, até o dia 11 de abril deste ano, são 648 casos para cada 100 mil habitantes. A região Sul também tem dados preocupantes, com 198 casos por 100 mil.
No caso específico de Mato Grosso do Sul, até o dia 14 de abril, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria do Estado de Saúde (SES), foram registrados 3.845 casos suspeitos, com a incidência de 136,9 casos para cada 100 mil habitantes. Chapadão do Sul, com 456,2 casos confirmados para cada 100 mil habitantes, e São Gabriel do Oeste, com 308,6 casos para cada 100 mil habitantes, são algumas das cidades classificadas com a alta incidência de casos.
Com o país enfrentando duas crises de saúde pública ao mesmo tempo – Covid-19 e Influenza – a dengue acabou tendo o seu trabalho de prevenção reduzido. Ao mesmo tempo, o Brasil voltou a registrar chuvas volumosas durante o último verão, e água é a fonte de vida do mosquito Aedes aegypti.
Como não existe uma vacina aprovada contra a dengue, as ações preventivas mais efetivas envolvem eliminar os criadouros do mosquito transmissor, e o ideal é que esse trabalho se inicie em janeiro ou fevereiro, quando os ovos começam a eclodir. A partir disso, o que se resta a fazer é apostar no combate ao mosquito pelo veneno (carros fumacê).
O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde contabiliza neste ano 233 episódios de dengue grave e outros 2,8 mil com sinais de alarme. Até o momento, foram registradas 79 mortes pela doença. Em MS, até agora foram apenas três óbitos confirmados pela doença, sendo duas em Campo Grande e uma em Aparecida do Taboado.
É considerado caso suspeito de dengue quando o paciente apresenta febre e um ou mais dos seguintes sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdômen; vômitos persistentes; acumulação de líquidos; sangramento de mucosas; letargia ou irritabilidade; diminuição súbita da pressão arterial ao se levantar de uma posição deitada ou sentada; hepatomegalia maior do que 2 cm e aumento progressivo da medida da proporção de hemácias no sangue.