Amigos de artista plástico agredido em bar farão protesto na segunda-feira em frente à FCMS
Amigos e familiares do artista plastico Jonir Benedito de Figueiredo, de 71 anos, irão promover uma manifestação na manhã desta segunda-feira (16) em frente à sede da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), em Campo Grande, cobrando a justiça pela agressão sofrida por ele, que segue internado em estado grave na Santa Casa.
O episódio de violência aconteceu no dia 20 de dezembro de 2022, em frente a um bar localizado na Vila Planalto, em Campo Grande. Segundo os amigos, Jonir teria discutido com o esposo de uma servidora pública da própria FCMS por conta de uma crise de ciúmes.
Em dado momento, os dois entraram em luta corporal e o artista acabou sendo agredido com socos no rosto. Três dias depois ele foi encontrado inconsciente em sua casa e foi levado para atendimento médico em um hospital onde foram constatados dois coágulos no cérebro.
Ao longo dos últimos dias, vários artistas do Estado passaram a compartilhar nas redes sociais mensagens com pedidos de ajuda via PIX para arcar a realização de uma cirurgia em Jonir. “Cirurgia urgente: A espera da cirurgia do coágulo no cérebro”, diz a mensagem seguida do número de PIX 10388109149 para doação.
No dia 29 de dezembro, Jonir fez o boletim de ocorrência na Depac/Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e o caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, porém, ninguém foi preso até agora pela agressão.
Carreira
Com mais de 50 anos de carreira, Jonir Benedito de Figueiredo é natural de Corumbá e graduado em educação artística pela faculdade Unidas de Marília-SP. Ele trabalha como desenhista, gravador, performer cultural e técnico especializado em arte e cultura.
Entre os trabalhos mais marcantes estão a retratação do bioma pantaneiro e a denúncia da degradação das áreas vegetadas da planície. Ele já expôs os trabalhos em vários estados brasileiros, no Mercosul, Japão, Europa e até mesmo na sede da ONU, além da extinta União Soviética.
Na década de 70, ganhou notoriedade com a série de obras conhecida como fase Jacarés, que configurou fortemente a preocupação ambiental. Em 1977, com a criação de Mato Grosso do Sul, a busca por uma identidade cultural própria do recém-formado estado inspirou a formação do Movimento Cultural Guaicuru, coletivo artístico do qual foi um dos idealizadores.
Ao longo da carreira, ele também presidiu a Associação dos Artistas Plásticos de Mato Grosso do Sul.