Adolescente que tentou promover atentado em escola da Capital vai ser encaminhado para a UNEI
O adolescente de 15 anos que tentou promover um atentado na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, em Campo Grande, na tarde desta quinta-feira (18), deverá ser encaminhado para uma Unidade Educacional de Internação (Unei). A informação foi dita à imprensa pela assessoria da Polícia Civil, que explicou ainda que o garoto irá responder por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio. O caso ainda está sendo investigado.
A ação aconteceu por volta das 12h50, no horário de entrada da turma do vespertino. O adolescente estava usando um uniforme da Rede Estadual de Ensino (REE) e era ex-aluno daquela instituição, inclusive, sua intensão era invadir o local para matar os professores e o diretor. Os motivos para isso ainda não foram esclarecidos pela investigação. Com ele, foram apreendidas quatro facas de diferentes tamanhos e uma marreta.
Um vigilante patrimonial foi quem conseguiu segurar o garoto e impedir o sucesso de sua ação terrorista. À imprensa, ele detalhou que notou o comportamento muito agitado do garoto enquanto seguia para a escola e que depois o viu já com duas facas nas mãos e acertando uma mulher, de 46 anos, que tinha acabado de deixar o seu filho na escola. O vigilante é contratado da escola para fazer a segurança na entrada e saída dos alunos. A vítima foi atingida por um golpe na região do lombar e levada para a Santa Casa.
Em seguida, o vigilante e um professor da escola conseguiram deter o aluno usando uma mesa para imobilizá-lo contra a parede enquanto aguardavam pela chegada da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, que fez a apreensão do menor e o conduziu para depoimento na sede da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). Todos os envolvidos, inclusive os que seguraram o menino, também prestaram depoimento.
A mãe do menor, de identidade não revelada, também compareceu à delegacia, acompanhada por um advogado. Ela não falou com os jornalistas. “Eu não posso falar agora, talvez depois. Meu coração está pequenininho”, declarou ao entrar no local. Já o defensor comentou que primeiro precisa tomar o conhecimento dos fatos para depois atender aos jornalistas e prestar os esclarecimentos necessários. Ele ainda citou que o menino deve responder em liberdade.
Em coletiva de imprensa, o secretário municipal de Educação, Lucas Bittencourt, comentou que só não houve um massacre por conta do sistema de segurança implantado na REME. “O protocolo é ter um agente patrimonial e os portões fechados, além da ação rápida de todos, foi o que impediu a tragédia”, declarou.
Ele ainda mencionou que o adolescente terminou o Ensino Fundamental no ano passado naquela escola e que atualmente está em uma unidade estadual. “Não tinha incidente de bulliyng ou alguma situação de suspensão. Tem histórico tranquilo”, complementou.
O títular citou que o histórico da Escola Municipal Bernardo Franco Baís é de segurança, o último registro de violência é de 15 anos. “Criamos vários mecanismos pra dar segurança para os alunos e servidores da unidade. Ele chegou, mas não ia ter acesso ao interior da escola, já que os portões ficam fechados de forma permanente. Seguiremos normalmente com as aulas”, finalizou.
Já o secretário especial de Segurança e Defesa Social, Anderson Gonzaga, parabenizou o agente patrimonial e o professor pelo ato heróico. “Esse ataque seria direcionado a alguns alunos. Estamos apurando o real motivo e quem seriam esses garotos”, comentou em coletiva de imprensa. As aulas na escola não serão interrompidas e os alunos terão acompanhamento psicológico nesse primeiro momento.