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Acabou! Jamilzinho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo são condenados pela morte de Matheus Xavier

Acabou por volta das 23 horas dessa quarta-feira (19), após mais de 35 horas de audiência, o julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios responsáveis pela morte do estudante de Direito, Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos. As três penas somadas totalizaram em 67 anos de prisão no regime fechado.

Os jurados condenaram os três réus pelo assassinato e também por posse ilegal de arma de fogo, no caso, o fuzil usado no crime e que jamais foi encontrado pela polícia. Marcelo Rios também foi condenado por receptação, a do veículo furtado utilizado pelos pistoleiros na execução.

Veja como ficaram as penas de cada réu:

  • Jamil Name Filho, o Jamilzinho: 23 anos e seis meses de reclusão mais pagamento de 60 dias multa. Serão 20 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado, 3 anos e seis meses mais 60 dias multa por posse ilegal de arma de fogo;
  • Vladenilson Olmedo, o Vlade: 21 anos e seis meses de reclusão mais pagamento de 60 dias multa. Serão 18 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado, 3 anos e seis meses mais 60 dias de multa por posse ilegal de arma de fogo);
  • Marcelo Rios: 23 anos de prisão mais pagamento de 120 dias multa. Serão 18 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado, 1 ano e seis meses de prisão e 60 dias multa por receptação e 3 anos e seis meses mais 60 dias de multa por posse ilegal de arma de fogo.

Considerada uma das sessões mais memoráveis dos últimos anos, a condenação do trio parou a cidade ao longo desta semana, tomou conta da imprensa e até mesmo do cenário policial, já que um grande aparato foi necessário ser utilizado para garantir a segurança de todos dentro do Fórum de Campo Grande, no centro.

O julgamento começou na segunda-feira (17) e, naquele primeiro dia, durou cerca de 9 horas. O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara, esteve como magistrado responsável e chegou a reservar a semana inteira para concluir o processo e sentenciar os envolvidos, mas nessa quarta-feira já estava tudo encaminhado para o fim.

O caso

Matheus foi assassinado no dia 9 de abril de 2019, com tiros de fuzil AK-47, no bairro Jardim Bela Vista, em Campo Grande, quando manobrava a caminhonete do pai. O alvo verdadeiro, conforme as investigações, era o pai do jovem, Paulo Roberto Teixeira Xavier, ex-capitão da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, considerado desafeto da família Name, mas que escapou ileso da ação.

O empresário Jamil Name Filho é apontado como um dos mandantes do crime, que teria sido planejado pelo ex-guarda civil Marcelo Rios e o policial aposentado Vladenilson Olmedo. Os dois agentes de segurança teriam, conforme a acusação, intermediado a contratação de assassinos de aluguel. Os três estão presos desde 27 de setembro de 2019, quando foi desencadeada a primeira fase da operação Omertà.

O caso também tinha como acusado Jamil Name, que morreu na cadeia, em maio de 2020, vítima da Covid-19. Para a investigação, Jamil Name (pai) sempre foi o grande chefe de toda a organização, que durante muitos anos esteve envolvida também com a operação do jogo do bicho, de maquinas caça-niqueis e até mesmo dos chamados títulos de capitalização (bingos cujo sorteios eram transmitidos ao vivo pela televisão).