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A fraca Justiça Eleitoral ri do povo e presenteia Delei Pinheiro com um novo mandato

Na terra onde a compra de votos é ilegal apenas no papel, punições jamais serão cumpridas em sua totalidade. Eleito com 3.850 votos no pleito deste ano, Delei Pinheiro (PSD) conseguiu resolver a sua situação jurídica junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE/MS) e garantiu um novo mandato na Câmara Municipal de Campo Grande seis anos após ter sido cassado por compra de votos.

A candidatura do, agora, parlamentar efetivado estava sob judice desde o início da campanha eleitoral em razão dele não ter realizado o cadastro biométrico, obrigatório em Campo Grande desde 2018. Exatamente por essa desobediência, não pode votar nestas eleições, já que teve o título de eleitor cancelado. Com o resultado positivo das urnas, ele entrou com recurso para não perder o mandato parlamentar pela segunda vez na sua carreira política.

Nesta quarta-feira (16), o juiz eleitoral Daniel Castro Gomes da Costa, que tinha pedido vistas no julgamento de segunda-feira (14), decidiu por acompanhar seus demais colegas e também o relator do caso, juiz Djailson Souza. Desta forma, por unanimidade, o TRE/MS considerou legal a candidatura de Delei Pinheiro levando em consideração que ele já realizou o recadastramento eleitoral e a biometria – fez o procedimento no dia 09 de dezembro, quando os trabalhos foram reativados nas zonas eleitorais.

Com isso, a atual vereadora Dharleng Campos (MDB), que obteve 1.782 votos nas eleições deste ano, perde a reeleição por conta do quociente eleitoral. O MDB terá, a partir de janeiro de 2021, apenas Dr. Loester e Dr. Jamal Salem como seus representantes na Câmara Municipal. Ao mesmo tempo, o PSD, partido do prefeito Marcos Trad, terá a maior bancada com seis nomes, garantindo mais quatro anos de total liberdade ao gestor.

Repercussão

Dharleng Campos emitiu uma nota sobre a decisão do TRE/MS na qual afirma que entrará com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Como cidadã cumpri todos os requisitos estabelecidos pela legislação eleitoral, e desde o início nossa candidatura foi considerada apta. Votei e pude ser votada!”, cita um trecho do comunicado. “Não paira sobre o meu mandato quaisquer resquício de corrupção.”, complementa.

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Com a confirmação, a Câmara Municipal de Campo Grande passará a ter, na próxima legislatura, uma única mulher dentre os 29 vereadores. Camila Jara (PT), estreante na terra dos engravatados, também se pronunciou e fez uma crítica sobre o fato nas redes sociais, dizendo que “nossa cidade, ao invés de avançar na representatividade, retrocede.”.

https://www.facebook.com/camilajaracg/posts/3472491042834894

Principal interessado no assunto, o vereador Delei Pinheiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão do TRE/MS.

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