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6º assassinato: ‘Justiceiros da Fronteira’ executam primos com mais de 30 tiros no Paraguai

A facção organizada Justiceiros da Fronteira voltou a cometer assassinatos na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Os alvos da vez foram os primos Robson Martines de Souza, de 21 anos, e Jeferson Martines de Souza, de 18 anos. Os corpos foram encontrados na noite de domingo (1º) com mais de 30 marcas de tiros.

Conforme a imprensa local, os dois foram encontrados na Travessa dos Campeões de 65, na esquina com a rua Fortin Toledo, na saída para o Parque de Exposições. Testemunhas relataram que os atiradores estavam em uma caminhonete modelo Hilux, preta.

Da mesma forma como aconteceu nos outros dois assassinatos atribuídos à facção organizada, um bilhete foi deixado no local da execução. O comunicado assinalado pelos ‘Justiceiros da Fronteira’ dizia, em espanhol: “Para G.D.C Guardiões do Brasil 7.4.3 e para ‘EPP’. Nós justiceiros da fronteira, deixamos bem claro a todos, que não vamos permitir roubo na fronteira de gente trabalhadora. Vocês que apoiam o que eles fazem serão os próximos”.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de investigações de Amambay. Das seis mortes atribuídas aos Justiceiros da Fronteira, duas estão sendo apuradas pela Polícia Civil de Ponta Porã, já que os corpos foram encontrados no lado brasileiro da fronteira.

Guerra de facções na fronteira

Durante o final de semana, um segundo grupo autodenominado ‘Guardiões do Crime’ teria invadido uma emissora de rádio do Paraguai, também na região de fronteira com o Brasil, onde fez uma série de ameaças aos ‘Justiceiros’. No comunicado, este grupo também afirmou estar coligado ao popular Exército do Povo Paraguaio (EPP), facção que disputa o controle do tráfico de drogas na divisa internacional.

Antes disto, os Justiceiros colocaram cartazes em postes das cidades de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã onde citam: “Começaremos a agir fortemente nesta cidade para eliminar estas pragas deste convívio social. Não teremos dó nem piedade, e para quem acha que isso aqui é uma brincadeira, procure saber”.

Cartaz encontrado por policiais em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã — Foto: Polícia do Paraguai/ Reprodução
Cartaz encontrado por policiais em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã — Foto: Polícia do Paraguai/ Reprodução

Execuções em série assustam a região de fronteira

Com mais estes dois, já são seis pessoas executadas na região de fronteira do Brasil com o Paraguai desde a semana passada, todas na cidade de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã e ambas assinaladas pela facção ‘Justiceiros da Fronteira’, conforme indicam os bilhetes deixados junto aos corpos.

As primeiras vítimas foram os namorados Mateo Martínez Armoa, de 21 anos, e Anabel Centurion Mancuelo, de 22. O casal estava em uma choperia de Pedro Juan Caballero, na noite de segunda-feira (26) quando foi atingido por cerca de 35 tiros.

Na quarta-feira (28), um adolescente de 17 anos foi encontrado morto em um terreno baldio com requintes de tortura. O corpo estava sem as mãos e tinha sinais de cortes de faca em vários pontos. No caso deste, testemunhas disseram que um grupo mascarado sequestrou o menor em uma casa horas antes de ser encontrado morto. Os suspeitos tinha o sotaque português.

Na sexta (30), a vítima foi Eduardo Gonzalez Alvarenga, de 18 anos, que teve o corpo esquartejado e deixado ao lado de um veículo incendiado às margens da rodovia federal BR-463, em Ponta Porã. No local, um bilhete dizia “Celso Gonçalves e Leandro Gonçalves (Surubi), vocês são os próximos”.

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