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Força-tarefa conta com mais de 50 homens no combate aos focos no Amolar

Enfrentando altas temperaturas, umidade extrema, fumaça e dificuldades de acesso, bombeiros de Mato Grosso do Sul e do Paraná e brigadistas do governo federal e organizações não-governamentais estão combatendo os focos de calor na Serra do Amolar, Norte de Corumbá. Os incêndios retomaram há uma semana de forma intensa na região e chegaram a ameaçar as comunidades ribeirinhas do Rio Paraguai e as reservas ambientais.

Foco de incêndio na região da Serra do Amolar

A ação faz parte da Operação Pantanal II, montada pelo Governo do Estado com o apoio do governo federal e da Marinha. A presença dos bombeiros sul-mato-grossenses e paranaenses, que chegaram à região na segunda-feira, foi providencial para impedir que o fogo atingisse as pequenas casas de madeira dos ribeirinhos da Barra do São Lourenço. A comunidade de 23 famílias e 190 pessoas localiza-se nas proximidades do encontro das águas dos rios Cuiabá e Paraguai, entrada para o Parque Nacional do Pantanal (Poconé, MT).

As operações são coordenadas pelos tenentes Jonatas Lucena, de Mato Grosso do Sul, e Luisiana Guimarães Cavalca e Pedro Rocha de Faria. Nesta sexta-feira, 25, as ações continuam no sentido de proteger (formação de aceiros) as comunidades pelo fogo, que ocorre no entorno, com apoio de brigadistas do ICMbio. Haverá combate aos focos que surgiram em direção ao parque, pela margem esquerda do Rio Cuiabá, território de Corumbá.

Marinha transportou bombeiros

A operação com 18 bombeiros foi reforçada pelas equipes do ICMbio, Ibama e as organizações não-governamentais Ecoa e Instituto Homem Pantaneiro (IHP), totalizando 58 homens atuando diretamente no combate aos focos e controle do entorno das comunidades. A Marinha também integrou a ação, transportando parte da equipe dos bombeiros por meio do navio Paraguassu, que zarpou às 8h de terça-feira (22), do caís da base naval, em Ladário.

Marinha fez o transporte dos bombeiros

Uma das maiores dificuldades do trabalho, nesse momento, é a de locomoção fluvial devido ao baixo nível do Rio Paraguai. O navio Paraguassu navegou por 190 km, com restrições, e a partir do quilômetro 1.640 do rio os bombeiros seguiram por 90 km para suas bases, no Parque Nacional do Pantanal e na reserva Acurizal, na lancha Escalibur, que navegou em baixa velocidade até a Barra do São Lourenço devido aos bancos de areia e pedra no canal do rio.

Preservando as comunidades

Bombeiros e brigadistas intensificaram os trabalhos preventivos, criando aceiros e outras alternativas naturais para impedir que o fogo chegue às comunidades e coloca em risco as unidades de conservação, que somam mais de 250 mil hectares no Amolar. Na viagem noturna à região, quarta-feira (23), na lancha da Marinha, foi possível observar a quantidade de focos de calor destruindo as margens do Rio Paraguai. Esse fogo, empurrado pelos fortes ventos, estão em direção às comunidades, onde as famílias vivem sob tensão.

Em alguns trechos, o transporte dos bombeiros tem que ser feitas em embarcações pequenas, por conta do nível da água do rio

“Se não fosse a chegada dos brigadistas das reservas e bombeiros teria ocorrido uma tragédia”, informa a ribeirinha Leonida Alves Souza, 53, conhecida como Eliane, líder da comunidade da Barra do São Lourenço. “Estamos nos sentindo agoniados pelo fogo, mas, ao mesmo tempo, tranquilos, sabendo que temos pessoas treinadas para nos socorrer. O fogo chegou a rondar as casas, mas os bombeiros chegaram a tempo para salvar a família”, conta.

No final da tarde desta quinta-feira (24), o fogo retomou na área ribeirinha próxima a entrada para o parque, ameaçando a casa do pescador Silvestre Morais, o Betinho, 49 anos. Os bombeiros faziam ronda na área e usaram motorbomba, abafadores e bomba costal para conter as chamas. “Essa foi por pouco, se o fogo chega nesse telhado de palha de acuri não sobraria nada”, assustou-se Beto. “Seca igual a essa nunca vi, o fogo também veio forte este ano”.

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