Presidente Mansour Karmouche participa da solenidade de posse do Juiz Federal William Douglas como Desembargador do TRF2
O Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Mansour Elias Karmouche participou nesta quinta-feira (11) da cerimônia de posse virtual do Juiz Federal William Douglas Resinente dos Santos na função de Desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
“Como profissional, com o gabarito que tem, tenho a certeza que muito contribuirá em seus trabalhos. A assunção do Juiz Federal William Douglas representa mais qualidade e eficiência ao TRF2”, elogiou o Presidente Mansour.
William Douglas estava como titular da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ) e foi promovido à vaga destinada apenas a juízes federais de carreira. Ele substitui a desembargadora Nizete Lobato que se aposentou.
Em seu pronunciamento, o novo Desembargador Federal celebrou o momento como grande dia pela oportunidade de viver. “Você está vivo e isso é um bom começo, apesar de tudo você sobreviveu até aqui. Não sei quem ou que você perdeu, o que está passando, mas gostaria de lembrar que hoje é um grande dia porque você está vivo”.
Em seguida, criticou a corrupção em meio à pandemia. “Foram hospitais de campanha feitos e desfeitos às pressas, um grau absurdo de pessoas mais preocupadas com seus interesses pessoais, financeiros ou políticos do que com a vida do próximo. Pessoas torcendo e comemorando a morte do adversário: isso é o que vemos de pior”, lamentou.
William celebrou os 28 anos como magistrado e 33 anos de serviço público atribuindo a experiência à oportunidade de ser concursado. “O concurso público é a melhor e mais democrática forma de acesso ao trabalho. Precisamos respeitar os servidores, manter sua estabilidade, pois não são eles os vilões deste país. Tenho orgulho de ser juiz de carreira, tenho orgulho de ser juiz de primeira instância. Durante toda essa trajetória não tive qualquer processo administrativo, escândalo ou suspeita de corrupção. É possível ter 33 anos de serviço público sem isso, basta fazer a coisa certa”, aconselhou.
Para o Desembargador, quando o trabalho é desempenhado com amor qualquer sacrifício vale a pena. “Acordo todos os dias às 4h. Não amo acordar neste horário, mas amo o resultado, pois consigo levar a minha mensagem para aquelas pessoas que estão dispostas a ouvi-la”.
William é evangélico e na avaliação dele a lei da semeadura é importante para obtenção do sucesso. “Tudo que um homem semear, isso se fará. A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Temos que jogar boas sementes na boa terra para produzir bons frutos. Assim vamos construir um país melhor para todos”.
William também falou sobre a desigualdade, o racismo no país e que a sociedade não deve fechar os olhos para estes problemas. “O lugar onde temos mais igualdade é nas universidades públicas por causa das cotas. Precisamos enfrentar essa realidade e financiar o estudo e o empreendedorismo. Somos todos irmãos. Estou há mais de 20 anos trabalhando para que essas pessoas pretas tenham espaço e lugar para falar. A escuridão não pode expulsar a escuridão, apenas a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio, somente o amor pode fazer isso”, declarou.
Ao final, o Desembargador Federal falou da importância de cumprir a Constituição sem buscar atalhos ilegais. Concluiu suas palavras agradecendo aos familiares, colegas de trabalho e citando trecho do discurso de posse do Ministro Luiz Fux, Presidente do STF. “Que a humildade, coragem, independência, prudência e disciplina virem as jornadas de hora e me sigam. Que Deus me proteja”, finalizou.
Carreira
Desde 1993 na magistratura federal, Douglas é atualmente o mais antigo juiz de carreira atuando na 2ª Região, que tem a competências no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em 2006, figurou na lista de exemplos de Boas Práticas de Gestão do Poder Judiciário elaborada pelo Prêmio Innovare.
William Douglas já exerceu as atividades de advogado, delegado de Polícia, Defensor Público, Professor de Direito Processual e foi agraciado com quatro medalhas militares, diversas medalhas civis e três prêmios pela atuação na área de inclusão social e racial. O magistrado é também autor de mais de 40 livros nas áreas do Direito, concursos, desenvolvimento pessoal e educação.