Missionária que se dedica à ressocialização é homenageada
Perseverança é a característica marcante da missionária Isabel Cândida do Nascimento Vieira, após 25 anos em prol da assistência sociorreligiosa dentro de unidades penais de Campo Grande. Marcada com muita emoção, uma homenagem surpresa foi organizada pelos servidores do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), nesta segunda-feira (17), como forma de agradecimento.
Coordenadora do Ministério Salva Vidas há 20 anos, a missionária Isabel, hoje com 75 anos, revela que todo esse tempo dedicado às pessoas privadas de liberdade é simplesmente por amor. “Iniciei meu trabalho em fevereiro de 1995 aqui nesse presídio feminino e pretendo continuar até quando Deus me der vida, saúde e força. Fiquei muito feliz pelo carinho de todos”, agradeceu emocionada.
Para a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, a atuação da missionária Isabel é um intercâmbio entre o aprendizado e a ação de grande importância social, que inclusive trabalha a saúde mental de cada interna, refletindo para as outras detentas dentro das celas. “Para quem quer fazer o bem não há limites, e a senhora faz isso com maestria, quando se dispõe a doar seu tempo para vir aqui desenvolver esses projetos”, parabenizou.
Uma mensagem especial de toda a equipe do EPFIIZ também foi lida durante a homenagem, além da apresentação musical do coral “Reviver”, formado por 23 reeducandas, projeto pelo qual Isabel foi idealizadora e é conduzido pelo professor e musicista Paulo Daniel Ávalos.
Participando do coral desde o início, a interna Rosélia Inácia dos Santos, 39 anos, revelou que a iniciativa da missionária é essencial para tirar a ociosidade. “Muitas pessoas mudaram de vida através dos projetos que ela traz aqui, eu mesma já fiz os cursos de manicure e primeiros socorros e participo das orações também e tudo é muito bom”, agradeceu a reeducanda que sonha em se formar em Enfermagem.
Presente no encontro, a chefe da Divisão de Promoção Social, Marinês Savoia, destacou a importância da atuação de Isabel durante todos esses anos dentro dos presídios, que impactam diretamente na reinserção social dos reeducandos.
O trabalho de capelania prisional realizado dentro das unidades penais sob a égide da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) é coordenado pela Diretoria de Assistência Penitenciária, por meio da Divisão de Promoção Social.
Além do EPFIIZ, atualmente o Ministério Salva Vidas presta atendimento no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira e no presídio feminino de regime semiaberto e aberto da capital, assim como, os egressos e familiares dos custodiados.
Para ampliar os atendimentos, o Ministério Salva Vidas ministra cursos de Capelania Prisional com o objetivo de capacitar voluntários para atuar dentro das unidades penais.
Com orgulho, a filha da missionária, Virgínia do Nascimento Vieira Pugh, agradeceu a homenagem realizada para a mãe e garante que ela acredita e ama muito o que faz. “É uma grande comemoração depois de uma vida dedicada a ajudar o sistema penitenciário, tanto os internos e internas quanto os servidores; a preocupação dela é com todos que estão dentro desse sistema, então essa homenagem é de grande relevância”, afirmou Virgínia que é membro do Ministério Salva Vidas.
O chefe da Divisão de Ações de Segurança e Custódia, Alírio Francisco do Carmo, fez uma oração especial e comparou a missionária Isabel com a discípula de Jesus chamada Tabita, pela sua bondade e prestatividade com o próximo, que deixou um bom legado entre as pessoas.
Graças ao trabalho voluntário desenvolvido em unidades prisionais de Campo Grande, em 2018 Isabel foi condecorada com a medalha Patrono penitenciário “Senador Ramez Tebet”, mais alta comenda concedida pela Agepen.