Músico Ciro Pessoa, que ajudou a fundar os Titãs, morre de covid-19
A cultura brasileira perdeu mais um de seus célebres artistas. Na madrugada desta terça-feira (05) o guitarrista e compositor Ciro Pessoa, um dos fundadores da banda de rock Titãs, não resistiu aos transtornos respiratórios do novo coronavírus e faleceu aos 69 anos de idade.
De acordo com os familiares, o músico lutava contra um câncer e contraiu o vírus durante atendimento em um hospital. “Estava lutando contra o câncer e nas indas e vindas ao hospital, acabou contraindo Covid-19. Foi internado, mas infelizmente não resistiu”, disse à imprensa sua ex-mulher, Isabela Johansen.
Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.
Luto
Amigos e colegas de banda lamentaram a morte do músico.
https://www.instagram.com/p/B_zmsFolAmz/
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Acordamos devastados hoje com a notícia da morte do nosso amigo e eterno Titã Ciro Pessoa. Foi o Ciro que em 1982, depois de uma viagem ao Rio, disse que deveríamos formar uma banda. pic.twitter.com/ltPtcjXnij
— TITÃS (@titasoficial) May 5, 2020
E as notícias ..
e as notícias ruins não cessam, não param de chegar, a cada manhã um golpe, a destruição do que foi construído, as mortes em sucessão velocíssima. Acabo de saber da morte de Ciro Pessoa, membro importante na formação dos Titãs, amigo constante de convivência e + pic.twitter.com/9E7upp1hU0— Nando Reis (@nando_reis) May 5, 2020
Carreira
Paulista de nascimento, Ciro Pessoa Mendes Corrêa aprendeu a tocar violar aos 7 anos de idade e aos 12 passou a tocar em festivais musicais pela cidade.
Foi no colégio, ainda na adolescência, que conheceu Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Nando Reis, Marcelo Fromer, Branco Mello, Tony Bellotto e Sérgio Britto, seus eternos parceiros musicais.
Em 1981, junto a André Jung, eles fundaram a banda de rock Titãs do Iê-Iê, que eventualmente mudaria o nome para apenas Titãs.
Apesar disto, o guitarrista nunca chegou a gravar discos com a banda, porém, assina sucessos como como “Sonífera Ilha”, “Toda Cor”, “Homem Primata” e “Babi Índio”. Ele saiu do grupo em 1983.
Após alguns trabalhos de curta duração, em 1984 formou o Cabine C, uma das primeiras e mais conhecidas bandas brasileiras de rock gótico. A banda tinha também a sua esposa Wania Forghieri, Edgard Scandurra (Ira!), Ricardo Gaspa (também do ex-Ira!) e Charles Gavin. A banda acabou em 1987, com várias trocas de seus integrantes.
Pessoa também assina sucessos gravados pela banda Ira!, tais como “Efeito Bumerangue”, “Tantas Nuvens”, “A Natureza Sobre Nós”, “Mistério”, “Correnteza” e “Inundação de Amor”.
Nos anos 90, passou a escrever artigos, relatos de viagem e poemas em prosa para revistas e jornais como a Playboy, Folha de S.Paulo, Revista Superinteressante, Galileu, VIP e Viagem e Turismo. Os textos “Caminho Afora” (2002) e “O Mundo dos Sonhos” (2004), dois relatos de viagem, foram agraciados com o Prêmio Abril de Jornalismo.
Os textos estão disponíveis no blog pessoal do Ciro, chamado “O Mundo de Mantraman”, e também em seu perfil no Tumblr.
O artista também publicou o livro ‘Relatos da Existência Caótica’, em 23 de outubro de 2015 pela editora Chiado, que trata-se de uma compilação de cinco antologias de poemas: O Labirinto do Sr. Eno, Ecos de um Encantamento Distante, Manual das Mãos, Patagônia Mentalis e Os Emblemas.
Em 2003, Pessoa finalmente deu início a sua carreira solo com o lançamento de ‘No Meio da Chuva Eu Grito “Help”‘. Em 2010 lançou o segundo trabalho solo, ‘Em Dia com a Rebeldia’.
O projeto mais recente de Ciro Pessoa foi criado em 2016, a Banda Flying Chair, composta por Chico Marques e Cláudio Costa na guitarra e no backing vocal, Diego Basanelli no baixo e Pedro Leo na bateria. Eles Lançaram um EP de quatro faixas em dezembro do mesmo ano, e um segundo EP no dia 5 de abril de 2017, também com quatro músicas. O álbum de estreia da banda saiu em 29 de julho de 2017 e em 9 de março de 2018 lanaram o seu primeiro álbum ao vivo.