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Morre o artista plástico Heron Zanatta, referência em artes visuais

Morreu na última segunda-feira (31) o artista plástico e designer gráfico Heron Zanatta. Ele foi vítima de uma parada cardíaca e tinha quase 40 anos de carreira, tornando-se uma das grandes referências das artes visuais sul-mato-grossenses. Por vontade do próprio artista, não houve velório e o sepultamento aconteceu no final da tarde desta quarta-feira (02), no Cemitério da Paz de Campo Grande.

A morte foi divulgada pela TVE Cultura MS, onde Heron trabalhou durante um bom ano. Maria Adélia Menegazzo, crítica de arte, descreveu dessa maneira a obra de Heron Zanatta: “Heron Zanatta introduz uma variação, onde desenho e pintura são complementares. Em alguns trabalhos, podemos observar o ponto de partida no storyboard, um quase-quadrinho, onde o desenho fica livre de acabamento, é fragmentado em “takes” coloridos, indica movimentos e traduz uma narrativa. Mas qual narrativa? Na verdade, não importa o sentido, mas o percurso traçado como um quebra-cabeça. Isolados, novos planos se impõem, com um único elemento (ou parte dele) ocupando toda a tela.”

Os artistas plásticos, Carlos Nunes, Edson Castro e Heron Zanatta (à direita), durante a exposição Conexões criativas/Foto: A Crítica

Em 2019, ao lado de Carlos Nunes e Edson Castro, participou da renomada exposição “Conexões Criativas”. O trio representam também a trindade da diversidade brasileira: um branco, um negro e um indígena. Os três mestiços têm uma criação sem amarras e unem diferentes linguagens e técnicas, criando artes híbridas com grafismos, colagens, fotografia e arte digital, desenho e pintura e, acima de tudo, com formas e conteúdo que fazem jus à boa arte contemporânea brasileira.

Outra participação de Heron Zanatta foi com o projeto Arte & Cores no Paço. As obras expostas estavam ligadas ao cinema e retrataram cenas marcantes de filmes de Hitchcock, Win Wenders, Glauber Rocha, entre outros, além de um clipe do rapper americano Eminem e até jogadas que ficaram famosas, executadas por Pelé.

Os “quadros/quadrinhos”, como Heron costuma chamar suas obras, começaram a surgir em 1985 por causa de sua paixão pelo cinema e, por isto, foram retratadas com a técnica digital. “A técnica digital é realizada com uma caneta pincel e depois impressa em tela de tecido. O resultado é bem bacana e atrativo”, explicou o artista em uma entrevista.

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