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Morre a rainha do rock Tina Turner, aos 83 anos; causa ainda não foi confirmada

Considerada a rainha do rock mundial e uma das cantoras de maior sucesso de todos os tempos, Tina Turner morreu nesta quarta-feira (24) aos 83 anos. A informação foi anunciada pelo assessoria de imprensa aos jornais americanos. A causa ainda não foi revelada.

Tina viu o sucesso surgir no final dos anos 60 e início de 70 em uma parceria musical com o então marido Ike Turner, o mesmo que a espantou anos depois, colocando fim na relação e a lançando em carreira solo na década seguinte. Entre as músicas mais conhecidas da artista estão “What’s Love Got to Do with It” e “We Don’t Need Another Hero (Thunderdome)”.

Tina Turner em foto publicada no Instagram, em outubro de 2021 — Foto: Reprodução/Instagram
Tina Turner em foto publicada no Instagram, em outubro de 2021 — Foto: Reprodução/Instagram

Com o nome original de Anna Mae Bullock, Tina foi abandonada pelos pais aos 15 anos e, a partir disso, começou a carreira cantando em boates. Em uma das apresentações, conheceu Ike Turner, líder da banda The Kings of Rhythm. Na ocasião, ela brigou para ser a backing vocal e em pouco tempo se tornou uma das vozes principais.

Com o tempo, o casal formou a dupla e ela adotou o nome artístico de Tina Turner. Juntos, dominaram o cenário soul nos anos 60 e 70 dos EUA. Mas logo o dueto perdeu a visibilidade e Ike passou a culpar Tina pelo declínio. O relacionamento ficou marcado pela agrecividade, humilhação, traição e drogas.

Ela apareceu em público diversas vezes com o olho roxo ou com o lábio inchado. Foram 18 anos casadas, até a sepação, propôs abrir mão de todo o patrimônio em troca de poder manter o sobrenome Turner e recomeçou do zero. Passou a abrir shows para outros grupos famosos, como os Bee Gees, e apostou no rock graças aos caras do Rolling Stones e David Bowie.

Mudou também o visual, com roupas ousadas e cabelos loiros espetados. Em 1984, lançou o álbum ‘Private dancer’, que tem o hit ‘Whats love gotta do with it’, com mais de dez milhões de cópias em todo o mundo vendidas. Aos 45 anos, com belas pernas, cantando e dançando, foi reconhecida como a rainha do rock.

Em 1986, lançou a biografia ‘Eu, Tina: a história da minha vida’, que conta a trajetória profissional e pessoal com o ex-marido, além de revelar as constantes agressões. O livro virou filme em 1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne. Ike morreu em 2007.

O álbum seguinte foi ‘Break every rule’, com o qual Tina fez a maior turnê de sua carreira. Foram 14 meses viajando. Um show dessa turnê no Brasil entrou para o livro dos recordes: a cantora reuniu nada menos que 184 mil pessoas em uma única apresentação no Maracanã. O show foi transmitido ao vivo para todo o mundo.

No início dos anos 90, lançou a música ‘The best’, que chegou a ser tema de alguns atletas. Um deles foi Ayrton Senna, que subiu no palco ao lado de Tina durante uma apresentação.

Os trabalhos de Tina Turner não ficaram restritos à música. Ela estrou nos cinemas em 1975 no filme ‘Tommy’. Dez anos depois, fez outro sucesso: ‘Mad Max – Além da cúpula do trovão’. Ela foi responsável também pelo tema do longa-metragem, que dominou as paradas de sucesso. A cantora gravou a trilha de muitas outras produções, incluindo ‘007 contra Golden Eye’.

O sucesso da música fez com que Tina Turner, então com 56 anos, lançasse um novo álbum, ‘Wildest dreams’. No fim da década de 90, lançou o nono álbum da carreira solo e anunciou a aposentadoria dos palcos. ‘Twenty four seven’ teve apenas dois hits, mas o clima de despedida atraiu milhões para os shows.

Em 2008, para marcar os 50 anos dos prêmios Grammy, fez uma apresentação histórica. Além de cantar seus grandes sucessos, fez um dueto com a cantora pop Beyoncé. Aos 73 anos, Tina Turner superou Meryl Streep e foi a mulher mais velha a estampar a capa da revista Vogue. A cantora vive há duas décadas com o marido, Erwin Bach, na Suíça. No ano passado, renunciou à cidadania americana e ganhou nacionalidade suíça.

Tina Turner é uma das grandes divas da música ainda vivas. Poucos artistas igualaram tantos números: oito Grammys e 100 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. A rainha do rock chega aos 75 anos sem previsão de novos lançamentos, mas deixa a certeza de que conquistou o mundo com uma das vozes mais marcantes da música. E, para muitos, ela é simplesmente a melhor.