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Fernanda Young, escritora, atriz e roteirista, morre aos 49 anos

A atriz, escritora e roteirista Fernanda Young, de 49 anos, morreu na madrugada deste domingo (25) em Minas Gerais. A autora de séries de sucesso, como “Os normais”, “Minha nada mole vida”, “Os aspones” e “Shippados”, teve uma crise de asma seguida de parada cardíaca. O corpo dela será velado e enterrado na tarde deste domingo.

A atriz estava no sítio da família em Gonçalves (MG), quando passou mal. Ela tinha asma desde a infância. Fernanda foi levada de ambulância para um hospital da cidade vizinha, Paraisópolis. A equipe médica tentou reanimá-la, mas ela não resistiu. Segundo o Hospital Frei Caetano, de Paraisópolis, ela foi atendida por volta da 1h45 e morreu às 2h53.

Fernanda deixa marido e quatro filhos. A atriz se preparava para estrear, em São Paulo, a peça “Ainda nada de novo”, em que contracenava com Fernanda Nobre.

Em sua última postagem no Instagram, na noite de sábado (24), Fernanda Young publicou uma foto do seu sítio e escreveu: “Onde queres descanso, sou desejo”.

Funcionária da TV Globo, seu trabalho mais recente na TV foi a série “Shippados”, lançada pela Globoplay e estrelada por Tatá Werneck, Eduardo Sterblitch e Clarice Falcão.

Trajetória

Fernanda nasceu em Niterói (RJ) e frequentou a faculdade de letras da Universidade Federal Fluminense, mas não se formou. Mais tarde, ela também chegou a cursar parte da graduação de Rádio e TV, da Faap.

Em 1995, foi roteirista do programa “A Comédia da Vida Privada”, da Rede Globo, adaptação de textos de Luis Fernando Veríssimo que assinou com o marido, Alexandre Machado. Em 1996, lançou o primeiro livro, “Vergonha dos pés”, pela editora Objetiva.

Uma das suas séries de maior sucesso foi “Os Normais”, comédia estrelada por Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães. Foi exibida na TV Globo entre 2001 e 2003. A série deu origem a dois filmes, um de 2003 e outro de 2009, também escritos por Fernanda Young e outros roteiristas.

Ela também escreveu os roteiros das séries “Os Aspones”, “Minha nada mole vida” e “O Sistema”, entre outras. E é autora de ao menos 14 livros, entre eles, “Pos-F”, “Estragos” e “A mão esquerda de Vênus”.

Fernanda apresentou o programa “Irritando Fernanda Young”, entre 2006 e 2010, e “Confissões do Apocalipse”, em 2012, ambos no canal GNT.

Em 2009, Fernanda fez barulho ao sair nua na revista “Playboy”, que acabou vendendo acima das expectativas. “Espero que mais mulheres inteligentes e incomuns posem para a revista, cada vez mais nuas e mais livres”, disse na época.

Em 2013, ela escreveu e atuou como uma das protagonistas da série “Surtadas na Yoga”, com 13 episódios na primeira temporada. A série contou a história de três mulheres e o que elas faziam para não surtar.

No mesmo ano, Fernanda Young e Alexandre Machado foram indicados ao Emmy, na categoria comédia, com o seriado “Como aproveitar o fim do mundo”. O Reino Unido levou o prêmio.

Ideias

Em um de seus últimos pronunciamentos públicos, na sua conta do Instagram, Fernanda escreveu para aqueles que a criticavam:

Repercussão

Uma amiga pessoal da família disse à GloboNews que Fernanda era “um furacão de alegria”.

Muitas personalidades lamentam a perda da escritora. “Chocado com essa notícia. Fernanda Young, escritora talentosa, polêmica, divertida, autora (com seu marido Alexandre Machado) da melhor série brasileira até hoje, Os Normais, entre outros trabalhos. Uma pessoa bacana a menos no Brasil”, escreveu Helio de La Peña no Twitter.

“Fernanda Young… Provocadora, ousada, irônica, inteligente. Grande talento. Eu era fã e amigo”, disse Marcelo Rubens Paiva.

“Triste notícia recebi hoje com a morte precoce da Fernanda Young, essa menina talentosa, de humor ácido e de tantos trabalhos excepcionais como escritora, roteirista, atriz, apresentadora, entre outros. Descanse em paz!”, postou o também autor Walcyr Carrasco.

Em entrevista à GloboNews, o apresentador Zeca Camargo afirmou que Fernanda era uma pessoa “instigante”, tinha “uma mente muito inquieta, no melhor estilo, sempre buscava ideias novas e isso se refletia em seu trabalho e em seu modo de vida”.

*Por G1