Advogado pediu a prisão de William Bonner por defender a vacinação de crianças contra Covid-19
Pode até parecer lorota, mas não é. O jornalista William Bonner, apresentador do Jornal Nacional, principal telejornal do País, teve um pedido de prisão em seu desfavor protocolado na Justiça Brasileira.
O motivo para o pedido de reclusão em regime fechado do profissional se deve por conta do incentivo que ele tem feito diariamente na televisão para que crianças e adolescentes se vacinem contra o novo coronavírus.
Sim, você não leu errado! Alguém protocolou uma ação contra o apresentador pelo simples fato dele apoiar a campanha de imunização contra o vírus que há dois anos vem matando e deixando milhares de pessoas doentes em todo o mundo.
O autor do pedido de prisão contra Bonner se chama Wilson Issao Koressawa, é um advogado e juiz aposentado. Na ação, ele acusa o apresentador do Jornal Nacional de participar de uma organização criminosa, composta também por outros profissionais da TV Globo, para promover os benefícios da vacinação infantil.
O advogado Wilson Koressawa afirmou em sua justificativa no processo que William Bonner cometeu os crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de “envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo”.
Ele pediu também que apresentador fosse proibido de incentivar a vacinação de crianças e adolescentes contra Covid-19, bem como apoiar a exigência de passaporte sanitário.
O caso foi julgado pela juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Em seu entendimento, ela classificou o pedido como descabido.
Gláucia Foley também apontou que a ação se assemelha a panfletagem política ao reproduzir teorias da conspiração sem embasamento científico e jurídico: “O Poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa − quando não incendiados − por parte das instituições, sejam elas públicas ou não”, escreveu ela na análise do processo.
“Vivemos tempos obscuros traçados por uma confluência de fatores. (…) Os inúmeros mecanismos de pesos e contrapesos da democracia nos colocaram na presente situação, mas será somente por meio dela que o Poder Judiciário, trincheira do Estado democrático de Direito, poderá colaborar para que ensaiemos a superação da cegueira dos nossos tempos”, conclui a juíza, que destacou também que o exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de proferir críticas.
Autor do pedido, Wilson Koressawa é militante e político, tendo concorrido para deputado distrital do DF em 2002 pelo PSD, em 2006 pelo PSOL, sendo que nesta última tentativa teve a sua candidatura indeferida.
Ele ainda acumula o histórico de ter entrado em 2020 com um pedido de prisão contra 40 autoridades junto ao Superior Tribunal Militar (STM).
Covid-19
Os dados mais recentes da pandemia indicam que o Brasil registrou no domingo (16) 31.629 novos casos nas últimas 24 horas, chegando ao total de 23.006.952 diagnósticos confirmados desde o início da pandemia.
Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 69.235 – a maior desde o dia 27 de junho do ano passado (70.103). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +721%, indicando tendência de alta nos casos da doença.
O país também registrou 92 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 621.099 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 153. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +59%, indicando tendência de alta nos óbitos decorrentes da doença.
Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.