Capital

Secretaria admite erro em ação de guardas no protesto em terminal de ônibus

O Secretário de Segurança e Defesa Social de Campo Grande, Valério Azambuja, admitiu nesta segunda-feira (18) que houve erro na conduta dos guardas civis metropolitanos que tentaram inibir um protesto no terminal de transporte coletivo Morenão, contra a redução da frota no feriado de 15 de novembro.

Na confusão, os guardas apontaram armas com bala de borracha para a população e usaram um spray com gás de pimenta para pôr fim à manifestação.

“Houve na verdade ali algumas falhas de procedimento. Primeiro, quanto mais naquele tipo de manifestação, que é pública, o diálogo é necessário até esgotar aquela fase. Segundo, o uso do spray de pimenta em determinado ambiente não é apropriado, aquele ambiente, principalmente, tinha muitas mulheres e até crianças ele foi usado indevido sim. A questão da arma longa dentro de tumultos, não se usa. Então estamos aqui revendo alguns procedimentos”, explicou o secretário

A Secretaria ainda informou que os três guardas envolvidos no incidente foram afastados dos cargos por 60 dias e tiveram as armas recolhidas. Em nota, a Prefeitura de Campo Grande lamentou o ocorrido e atribuiu o atraso do coletivo a uma pane.

O Consórcio Guaicurus, disse que no dia do feriado operava com 35% a menos de ônibus e acrescentou que vai apurar o caso. “O consórcio tem consciência que tem que aprimorar sua ação enquanto prestador de serviço essencial. Que isso sirva de ensinamento para que possamos melhorar” afirmou o diretor presidente, João Rezende.

O caso

Um protesto no terminal de transporte coletivo Morenão, em Campo Grande, contra redução da frota no feriado de 15 de novembro, terminou com guardas civis metropolitanos apontando armas com bala de borracha para a população e usando um spray com gás de pimenta para pôr fim à manifestação.

O diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Janine de Lima Bruno, disse que o órgão irá verificar o motivo do atraso do ônibus que gerou a manifestação para tomar providências.

Pelo menos duas equipes da Guarda Civil Metropolitana foram acionadas. De armas em punho, guardas ameaçaram os manifestantes, que diziam a todo momento que queriam apenas trabalhar e que protestavam pelo atraso da saída dos ônibus.

A corporação se pronunciou por meio de sua assessoria de imprensa (leia a íntegra abaixo). Disse que foi acionada por volta das 8h e que os guardas tentaram orientar os manifestantes para liberar os ônibus, mas que alguns participantes do ato disseram que não iriam atender ao pedido.

A Guarda Civil Metropolitana afirma ainda o spray de pimenta não teria sido direcionado diretamente às pessoas e que as armas estavam carregadas somente com projéteis de borracha. O comunicado cita que vai ser aberto um procedimento administrativo para verificar se houve excesso por parte dos guardas durante a manifestação.

Em relação à situação desta sexta-feira (15), o diretor do consórcio Guaicurus, João Resende, afirmou: “Houve um demanda acima do esperado em duas linhas, a 070 e a 080. Na linha 072, houve um problema mecânico com um dos ônibus. Essa linha não pode ser coberta pelo ônibus reserva que fica no terminal Morenão, porque ele já havia saído para reforçar a 070, o que acabou provocando o atraso”.

Durante a semana, a concessionária já havia antecipado que reduziria a frota em circulação no feriado. Resende disse que a redução da frota deve ser revista para os próximos feriados.

O repórter cinematográfico da TV Morena José Aparecido estava no local no momento da confusão. Ele relatou que o protesto começou por volta das 7 horas, por conta da espera por ônibus, que chegava a quase duas horas em algumas linhas.

Os usuários do transporte decidiram, depois disso, tentar fechar o terminal, impedindo a saída dos ônibus que chegavam ao local. Uma fila com pelo menos cinco veículos se formou em uma das pistas. Pelo menos 150 pessoas participaram da manifestação.

*Por G1 MS

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