Capital

Prefeitura intensifica abordagens e entrega de cobertores para moradores de rua

Com a chegada da primeira frente fria em Mato Grosso do Sul, as equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) está intensificando as abordagens e entrega de cobertores à população em situação de rua, inclusive nas unidades de acolhimento. As equipes do SEAS20 se revezam nos plantões e percorrem as sete regiões da Capital, todos os dias da semana, incluindo feriados, atendendo às ocorrências e chamados da população, 24 horas por dia.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), os próximos dias devem registrar temperaturas baixas, com a mínima chegando a marca de 13ºC em Campo Grande. Já nos últimos dias, os termômetros marcaram 14ºC, a menor temperatura do ano. De olho na meteorologia, as equipes de abordagem já começam a registrar aumento no número de atendimentos e de demandas por celular que o Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) disponibiliza para a população denunciar casos de pessoas em situação de rua.

Dados do Sistema Cloud da SAS, ferramenta que gerencia todas as informações relacionadas aos serviços oferecidos pela Rede Municipal de Assistência Social revelam que, com a chegada do frio, há um aumento considerável no número de acolhidos tanto nas duas Unidades de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (UAIFA’s) quanto nas entidades cofinanciadas pela Prefeitura de Campo Grande, que também acolhem migrantes e pessoas em situação de rua.

Entre maio e julho de 2022, por exemplo, houve um aumento de 75% no número de acolhidos nas duas UAIFA’S e o Centro POP contabilizou mais de 11 mil atendimentos. Já as equipes do Seas observam um crescimento de pelo menos 50% nas denúncias e pedidos de abordagem feitos pela população por meio de ligações telefônicas.

Também são realizadas buscas ativas em diversos pontos e localidades, mapeadas pelos bancos de dados da SAS. Além de trabalharem para convencer a pessoa a sair das ruas.

Morando há menos de uma semana em Campo Grande, S. L., de 41 anos, foi abordado por uma das equipes na região central logo no dia em que chegou de São Paulo. Ele conta que veio para a Capital em busca de oportunidades, já que mora nas ruas há dois anos devido a uma depressão após a morte da esposa.

“Eu cheguei agora pouco, fiquei sozinho na vida e escolhi Campo Grande porque ouvi dizer que é uma cidade acolhedora. Fui recebido pela equipe do Seas, ganhei cobertor e agora com esse suporte vou refazer meus documentos. Quero recomeçar minha vida, ter oportunidade de emprego e seguir em frente”, afirmou enquanto era levado para a UAIFA I.

O secretário municipal de Assistência Social, José Mário Antunes, ressalta que, mesmo com as recusas, as equipes de abordagem retornam aos locais já visitados na tentativa de concluir o acolhimento. “Quando passa o efeito da substância psicoativa, é mais fácil de conversar e falar sobre a importância de ser acolhido em uma de nossas unidades. Também há os casos em que conseguimos restabelecer os vínculos familiares e a pessoa é reinserida no núcleo familiar”, explicou. O secretário ainda ressaltou que nas unidades são oferecidas quatro refeições diárias, alojamentos individuais para grupos familiares, além de atendimento, assistência psicossocial e trabalho integrado com as demais pastas da gestão pública.