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Por 10 dias, força-tarefa irá intensificar combate ao mosquito Aedes aegypti na região Lagoa

A Prefeitura de Campo Grande lançou nesta sexta-feira (22) a 2ª etapa da campanha: “Meu Bairro Limpo – Todos em Ação contra a Dengue”. Nos próximos dez dias, o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti será intensificado nos bairros da Região Urbana do Lagoa.

Durante a abertura da ação, realizada durante a manhã na E.M. Doutor Eduardo Olímpio Machado, no Jardim Ouro Verde, a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, destacou o esforço do Poder Público nas ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti e a importância da colaboração da população neste enfrentamento.

“É fundamental que todos estejam envolvidos nesta tarefa para evitarmos que haja um aumento das doenças transmitidas pelo mosquito (Aedes aegypti) em nosso município. Hoje, graças ao empenho dos nossos agentes e parceiros, Campo Grande encontra-se em uma situação mais confortável se comparado com outras capitais e municípios do país, que enfrentam um cenário epidêmico. Mas, isso não significa que podemos baixar a guarda, considerando que mais de 75% dos focos ainda são encontrados dentro das residências, o que reforça o alerta para que cada um faça a sua parte”, diz.

A dona de casa Marilda Fernandes, 67 anos, afirma que sabe da importância de cuidar do seu quintal para evitar a dengue. No passado, ela chegou a pegar duas vezes a doença, e classifica a experiência como traumática.

“Eu fiquei muito ruim mesmo. Fiquei quase 10 dias de cama, com dores. É uma sensação muito ruim que não desejo pra ninguém. Por isso hoje eu falo para todo mundo que a gente não pode descuidar. E é importante esse trabalho que a prefeitura vem fazendo pra também ajudar a conscientizar a todos, porque tem gente que não tem noção do quanto essa doença é grave”, diz.

Para a cabeleireira Suzete Gomes, 48 anos, é preciso mais consciência das pessoas para que evitem deixar água parada e descartar lixo em locais impróprios, que podem se tornar potenciais criadouros do mosquito. “A gente vê muita gente que não tem o mínimo de respeito. Jogam lixo onde não devem e não cuidam do quintal. Vemos também que a Prefeitura está fazendo a sua parte, mas sabe que tem estas pessoas que não tem consciência. Na minha casa eu procuro deixar tudo organizado pra evitar a doença”, complementa.

Até o fim do mês, os servidores da Coordenadoria de Vetores (CCEV) irão fazer a inspeção de casas e terrenos baldios, além do recolhimento e eliminação de materiais inservíveis, potenciais criadouros do mosquito e orientação dos moradores em relação às medidas de prevenção.

Pontos de coleta

Durante a ação, dois pontos de coleta de materiais inservíveis estarão sendo disponibilizados à população. Nos locais os moradores poderão descartar materiais de grande volume, como móveis inutilizados, carcaça de eletrodomésticos e eletrônicos, pneus e outros objetos que possam acumular água. Não é permitido o descarte de entulhos, restos de materiais de construção e podas de árvores.

Locais:

Rua Nova Europa, entre a Travessa Urubatan e Rua dos Pampas – Jardim Corcovado.

Rua Pôrto Batista, entre a Avenida Lúdio Coelho e a Rua Litorânea – Jardim Leblon

Primeira Etapa

Na primeira etapa da campanha “Meu Bairro Limpo – Todos em Ação contra a Dengue”, realizada no distrito Anhanduizinho, foram inspecionados 11,7 mil imóveis, eliminados 7,4 mil depósitos e 442 focos do Aedes aegypti.

Ações permanentes

Desde novembro do ano passado, as equipes da Sesau vêm intensificando as medidas de prevenção e controle do vetor da dengue, previstas no Plano de Contingência Municipal, que estabelece metas para conter uma possível epidemia de arboviroses, além de estabelecer diretrizes quanto à assistência e organização de fluxo. As diretrizes foram publicadas no último mês, prevendo estratégias a serem executadas até 2025 para evitar o aumento no número de casos.

A Sesau também tem reforçado as ações educativas e de mobilização social nas sete regiões urbanas, distritos e assentamentos (Zona Rural) de Campo Grande, para orientar a população sobre as medidas para a prevenção às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Tais iniciativas também são reforçadas na Atenção Primária, por meio das unidades básicas e de saúde da família, e nas escolas em período letivo.

Casos

Do dia 01 de janeiro a 19 de março deste ano, foram notificados 4.509 casos de dengue em Campo Grande. Até o momento, não houve a notificação de nenhum caso de zika e apenas cinco notificações por chikungunya. Em todo o ano passado a Capital registrou 17.033 notificações de dengue e seis óbitos provocados pela doença. Foram notificados, de janeiro a dezembro de 2.023, 92 casos de zika e 176 de chikungunya.

A Capital fechou o segundo semestre do ano passado apresentando redução significativa nos casos de dengue, se comparado com o período anterior. O pico da doença foi registrado em abril, com mais de 3 mil casos notificados. A partir de junho, houve redução expressiva com estabilização nos meses seguintes.