Capital

Menina picada por escorpião sai do coma

A menina de seis anos que deu entrada no Hospital Regional de Campo Grande em estado grave após ser picada por um escorpião na última terça-feira (24), chegou a ter 80% de chances de morrer, mas se recuperou, saiu do coma induzido e não corre mais risco de morte ou sequelas, de acordo com o responsável clínico do caso.

Segundo Sandro Benites, médico do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox) do estado, a garota Maria Klara deu entrada no Regional com um quadro de edema agudo de pulmão, com o coração também afetado pelo veneno do escorpião que ataca as fibras cardíacas. Após exames, os médicos constataram que a criança chegou a ter 80% de chances de morrer e apenas 30% das funções cardíacas atuando.

Ela apresentou melhora no dia de Natal, na última quarta-feira, quando chegou a respirar sem aparelhos, mas voltou a ser entubada no dia seguinte, ainda com problemas nas funções cardíacas. Benites explica que o quadro, agora, evoluiu permanentemente, com o pulmão 100% limpo e as funcionalidades do coração voltando, com mais de 50%. Maria Klara não corre mais risco de morte e nem de sequelas pela picada do escorpião.

O caso dela, inclusive, chamou a atenção da comunidade médica. A garota foi picada por um escorpião da espécie Tityus Concluens, que não tinha provocado casos graves no Brasil até então. Especialistas, agora, buscam respostas para o que pode ter ocorrido, mas já se sabe que existem registros de morte pela picada desta espécie do animal em outros países da América do Sul.

De acordo com Benites, o Brasil pode repetir a situação da Argentina, onde, há pouco tempo, a espécie não havia causado casos graves, mas hoje é a principal responsável por óbitos no país vizinho. Ainda segundo o responsável clínico do Civitox, as ocorrências com Tityus Concluens tem aumentado também no Paraguai e agora chegou a Mato Grosso do Sul.

Segundo a Secretaria de Saúde da capital, neste ano Campo Grande registrou 741 casos de picadas de escorpião, número 25% maior do que em 2018.

* Por G1 MS

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