Frota reduzida de ônibus gera protesto no Terminal Morenão
Um protesto no terminal de transporte coletivo Morenão, em Campo Grande, pela redução da frota neste feriado de 15 de novembro, terminou com guardas civis metropolitanos apontando armas com bala de borracha para a população e usando um spray com gás de pimenta para por fim a manifestação.
O diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Janine de Lima Bruno, disse que o órgão está verificando o que aconteceu de fato, o motivo do atraso do ônibus que gerou a manifestação, para tomar as providencias cabíveis.
A Guarda Civil Metropolitana se pronunciou por meio de sua assessoria de imprensa. Disse que foi acionada por volta das 8h, devido a uma manifestação no local, que os guardas tentaram orientar os manifestantes para liberarem os ônibus, mas que alguns disseram que não iriam atender o pedido.
A Guarda Civil Metropolitana diz que então foi utilizado spray de pimenta, ressaltando que teria sido somente no ar, e que não sido direcionado para as pessoas, para prevalecer o direito da maioria de ir e vir. Informou ainda que as armas utilizadas pelos guardas estavam carregadas somente com projeteis de borracha. Informou também que será aberto um procedimento administrativo para verificar se houve excesso por parte dos guardas durante a manifestação.
Já o diretor do consórcio Guaicurus, João Resende, diz que o caso o deixou muito preocupado e que deve ser revista para os próximos feriados a questão da redução da frota.
Em relação a situação desta sexta-feira, Resende comentou que uma série de fatores acabaram ocasionando o atraso. “Houve um demanda acima do esperado em duas linhas, a 070 e a 080. Na linha 072, houve um problema mecânico com um dos ônibus. Essa linha não pode ser coberta pelo ônibus reserva que fica no terminal Morenão, porque ele já havia saído para reforçar a 070, o que acabou provocando o atraso”.
Durante a semana, a concessionária já havia antecipado que reduziria a frota em circulação no feriado.
O repórter cinematográfico da TV Morena José Aparecido estava no local no momento da confusão. Ele conta que o protesto começou por volta das 7 horas, por conta da demora que chegava a quase duas horas em algumas linhas.
José Aparecido diz que revoltadas com o atraso, as pessoas decidiram então fechar o terminal, impedindo a saída dos ônibus que chegavam até o local. Uma fila com pelo menos cinco veículos se formou em uma das pistas.
Conforme ele, pelo menos 150 pessoas participavam da manifestação.
A Guarda Civil Metropolitana foi chamada então para desbloquear o terminal e por fim a manifestação. Pelo menos duas equipes foram acionadas. De armas em punho, guardas ameaçaram os manifestantes, que a todo momento, diziam que queriam apenas trabalhar e que protestavam pelo atraso no horário dos ônibus.
Diante do impasse, um dos guardas passou a utilizar um spray de pimenta para dissipar a manifestação.
Confira a nota da Guarda Civil Metropolitana sobre o assunto:
A Guarda Civil metropolitana foi acionada as 08h para deslocar até terminal Morenão devido uma possível manifestação no local. Chegando lá realmente foi constatado a presença de umas 20 pessoas obstruindo a saída e entrada dos ônibus onde foi conversado e orientado todos a liberarem a saída, pois tinham várias pessoas nos ônibus querendo ir para trabalho. Infelizmente alguns falaram que não iriam sair do local , foi utilizado espargidor de pimenta ao ar, porém não foi direcionado nas pessoas. Onde liberaram o local. Tendo em vista de prevalece o direito das pessoas de ir e vir, assim também prevalecendo o direito da maioria ou seja mais de 200 pessoas querendo sair do terminal. Tudo que foi utilizado é material menos letal e utilizado para dispersão de pessoas.