Ex-incubado se tornou referência em temperos e vende para mais de 7 estados
De vendas de conserva de ovo de codornas a mais de 300 produtos e envios para mais de 7 estados brasileiros. É assim que poderíamos resumir a história da empresa Vó Erminia que nasceu há 27 anos em uma única frase. A empresa que nasceu em um fundo de quintal, de início vendia ovos de codornas in natura e em conserva.
Aos poucos, o negócio foi se transformando e com a ajuda da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), passou por um processo de incubação e hoje são mais de 300 produtos no catálogo e vendas para mais de 7 estados brasileiros gerando empregos diretos para mais de 35 famílias.
Quem nos conta essa história de sucesso é Gabriel Ferreira Galvanini, filho de Rui Galvanini e Viviane Galvanini. Ele lembra que tudo começou devagar e quase 30 anos depois eles são uma indústria nascida em Campo Grande conquistando o país. “Meus pais começaram com uma criação de codorna em casa mesmo. No início vendíamos conserva. O negócio foi crescendo e nos mudamos para uma chácara, foi quando começamos a vender também hortícolas e galinha de pescoço pelado label Rouge, tinha tanto a parte da postura da galinha quanto a parte da carne congelada”, conta.
Mas foi com a venda de temperos que o negócio começou a mudar e tomar a proporção que é hoje. “Aí depois mudamos da chácara e começamos com temperos. Com isso, mudamos nosso público e passamos a focar mais em supermercados. Fomos aumentando conforme a demanda, um cliente pedia um tempero, outro pedia outro e assim fomos aumentando a nossa linha de produtos”, explica.
Como o negócio começou a crescer tiveram que mudar o jeito de trabalhar, que era praticamente artesanal e se profissionalizar. Foi quando a incubadora da Prefeitura de Campo Grande entrou na vida da família Vó Erminia. “Lá pudemos legalizar a nossa empresa e ter uma visão de profissionalizar o nosso negócio. Passamos a ir para fora, em feiras, e tudo isso nos ajudou a ampliar a nossa visão. Hoje estamos em sete estados do país (MS, MT, RO, GO, MG, SP e TO) e temos trabalhado ativamente nesta expansão”, diz.
Atualmente, a empresa Vó Erminia tem mais de 300 produtos no catálogo, alguns como o colorau por exemplo, tem em vários tamanhos, para atender consumidores diferentes. Uma preocupação da empresa é ter o produto o ano todo, por isso a gestão de estoque é uma das prioridades dos empresários. “Eu tenho os mesmos produtos o ano todo, me organizo para que meu cliente sempre tenha o meu produto mesmo com a sazonalidade da matéria prima”, explica Gabriel.
Reforma
Para que mais empresas vivam essa experiência, a Prefeitura de Campo Grande está reformando as 4 incubadoras de empresas e cooperativas. A primeira a começar o processo foi a Incubadora Mário Covas. De acordo com a chefe de fiscalização de obras da gerência de edificações da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Soéli Nélida Rebelo, a incubadora vai receber uma reforma geral e mais de 70% do processo está pronto.
“Vai ser tudo pintado e estamos refazendo as portas. Antes eram portas de rolos e agora serão de blindex. Cada sala terá acesso individual para que possa ter todos os equipamentos que precisa. Estamos refazendo o telhado, vai ter iluminação em LED e tudo com acessibilidade para pessoas com deficiência, algo que não havia antes. Até o balcão de atendimento foi feito na altura para atendimento à pessoa cadeirante”, conta.
Implantadas em 2004, as incubadoras municipais já passaram por pequenas reformas. Mas esta é a primeira vez que vão ser completamente reestruturadas para a 3ª geração de incubadoras, onde será melhorada a estrutura física possibilitando também a modernização do processo de atendimento.
“Nas incubadoras, os empreendedores têm acesso a estruturas e processos, entram em contato com diferentes tecnologias, conhecem pessoas especializadas e trocam experiências com outros empreendedores. Resumidamente, uma incubadora é um lugar onde as pessoas recebem suporte para transformar ideias em negócios de sucesso”, afirma o secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Adelaido Vila.
Para se ter uma ideia da importância das incubadoras no país, existem hoje no Brasil cerca de 360 incubadoras, e dos mais variados tipos, não só as de base tecnológica, como era no início do movimento. Tem, por exemplo, as de setores tradicionais; de cooperativas; de economia solidária; culturais e tecnológicas. Em Campo Grande, as incubadoras municipais atendem áreas de tecnologia, alimentos, artesanato, têxtil e setores afins.