Capital

Emanuela percorreu mais de 1,1 mil km e encontrou em Campo Grande muito mais do que a tão sonhada dose de esperança

Da angústia ao alívio de finalmente estar completamente imunizada contra a Covid-19. Estes foram os sentimentos vividos nos últimos meses pela estudante curitibana, Emanuela Spieker, de 16 anos. A jovem ganhou os holofotes ao ter a sua trajetória até a tão sonhada segunda dose evidenciada nesta quarta-feira (15). Na bagagem de volta, ela leva o sentimento de gratidão pelo acolhimento e o carinho recebido em uma cidade até então desconhecida, a mais de 1 mil quilômetros de casa.

Campo Grande foi a primeira Capital do país a abrir a vacinação contra a Covid-19 para adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades. Sem restringir o acesso a vacinação para moradores de outras localidades, a professora Fabiola de Paoli, de 48 anos, mãe de Emanuela, viu a possibilidade de finalmente conseguir vacinar a filha. Ela conta que até então estava muito apreensiva, pois a possibilidade de conseguir vacinar a filha parecia improvável.

“Eu vi uma reportagem em que o prefeito dizia que a cidade iria acolher a todos que precisassem. E naquele momento meu coração se encheu de esperança e eu na mesma hora comecei a planejar a vinda para Campo Grande”, disse. A educadora diz que antes chegou a cogitar viajar para os Estados Unidos em busca da vacina.

“Eu acredito que a vida é o nosso bem mais precioso. Eu não mediria esforços para garantir a proteção para minha filha. Estava preparada para fazer um empréstimo, inclusive, para poder viajar pra fora. Mas como Campo Grande foi a única cidade a abrir a vacinação para adolescentes com comorbidade à época, nós viemos para cá. E aqui fomos muito bem acolhidas. Tivemos um tratamento muito humano”, elogia.

O prefeito Marquinhos Trad destaca que Campo Grande sempre esteve de portas abertas a todas as pessoas e cumpre o seu deve cívico e humanitário ao acolher aqueles que necessitam.

“Não é atoa que a nossa cidade é referência na vacinação contra a Covid-19. Nós não fazemos distinção de cor, raça, etnia, religião ou conta bancária. O nosso objetivo é oportunizar o acesso para que as pessoas possam ser imunizadas”, diz.

A adolescente passou por quatro cirurgias em decorrência de uma doença cardíaca. A sua condição foi um fator preponderante para que a família não medisse esforços para vacina-la, em razão dos riscos de agravamento caso viesse a contrair a doença.

Emanuela recebeu a primeira dose do imunizante da Pfizer em julho em Campo Grande. À época, a família fez o trajeto de aproximadamente 1,1 mil quilômetros de Curitiba (PR) a Campo Grande de carro, o que resultou em 14 horas de viagem.

No retorno à Capital para tomar a segunda dose nesta quarta-feira, a viagem foi feita de avião, com um pouco mais de comodidade.

Com um misto de emoção e alívio, a jovem diz viver um momento muito especial, que certamente ficará marcado para sempre em sua memória.

“Estou muito emocionada neste momento por tudo que passamos. Os momentos de incerteza e o esforço da minha família em poder garantir que eu fosse vacinada. Eu me mantive o tempo todo isolada e agora me sinto mais segura para voltar aos poucos a fazer minhas atividades corriqueiras, como voltar a praticar patinação e ir para a escola”, finaliza.

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