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Comunidades Quilombolas recebem vacinação contra Covid-19 em Campo Grande

Três comunidades quilombolas da Capital começaram a receber, na quarta-feira (24), a vacina contra o Covid-19. A expectativa é de que 230 pessoas previamente cadastradas sejam imunizadas até a sexta-feira (26) pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
Segundo o subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos Amadeu Borges (SDHU), o resultado dessa ação é uma união de forças para assegurar a vacina aos quilombolas.
“Sabemos que a desigualdade é crescente em nosso País, sendo mais acentuada na população negra. A conquista desse direito é resultado de toda uma mobilização de representantes das comunidades quilombolas que levaram a pauta ao Governo Federal, e a partir de hoje, assegura a vacinação de idosos e pessoas com comorbidades dessas comunidades”, explica.
As 50 doses chegaram hoje de manhã até a Chácara Buriti. Isaulda Teodorino da Silva recebeu a primeira dose do imunizante. Nascida e criada na comunidade, ela se sente aliviada com a vacinação. “Quero agradecer por hoje estar sendo vacinada. Fico muito feliz e me sinto protegida, mesmo sem nenhum caso ter ocorrido próximo a mim. A sensação é de um sopro de esperança no meio de tantas notícias ruins”.
Ademir da Silva Rosa, agricultor que também vive na comunidade, foi mais um dos imunizados contra a Covid-19. Mesmo sabendo que dentro do quilombola não houve casos, ele considera importante a vacinação por eventualmente ir à cidade para vender produtos de sua pequena produção agrícola.
“Cultivo milho, banana, quiabo e mandioca e, hora ou outra precisamos sair daqui ou receber pessoas aqui para buscar esses alimentos, sendo esses os momentos do risco de contaminação. Hoje me sinto privilegiado em estar sendo vacinado”.
Na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do Jardim Botafogo foram vacinados 10 quilombolas da Comunidade São João Batista, onde vivem cerca de 80 pessoas. Jair Bispo da Silva, 66 anos, é um dos fundadores dessa comunidade. Hoje, ele foi beneficiado com a vacinação, juntamente com sua esposa, Ana Maria Cabral da Silva.
Devido à pandemia, o casal está há meses em isolamento e sem ver a família. “Falamos com netos, bisnetos e alguns filhos somente por telefone. Quem sabe agora podemos começar a pensar em como tê-los por perto com mais segurança”, afirma a dona de casa.
A vacinação segue até sexta-feira com quilombolas da São João (30 doses) Batista e Tia Eva (150 doses), onde vivem cerca de 475 pessoas. Após a conclusão dessa etapa da vacinação, com prioridade aos idosos e pessoas com comorbidades, a Coordenadoria Municipal de Políticas de Promoção Racial vai solicitar ao Governo do Estado novas doses para imunizar o restante de quilombolas de Campo Grande.
As doses para atendimento deste público em específico foram reservadas da última remessa recebida pelo Município para utilização em caráter excepcional.

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