Peru enfrenta crise política com prisão do presidente ao tentar um Golpe de Estado
A quarta-feira (07) está bastante movimentada no país vizinho Peru, que enfrenta mais uma crise política e mudança administrativa. Mais cedo, o presidente local Pedro Castilho tentou dar uma espécie de golpe de Estado dissolvendo todo o Congresso Nacional, porém, os legislativo conseguiram derrubar a investida e aprovaram o impeachment dele, que acabou preso na capital, Lima. Agora, a vice-presidente Dina Ercilia Boluarte está sendo empossada no cargo de titular.
Boluarte será a primeira mulher a ser presidente do Peru. Ela nasceu em 31 de maio de 1962 em Chalhuanca, no estado de Apurímac. É formada em Direito pela Universidade de San Martín de Porres. Possui diplomas de especialização em Direito Administrativo e Gestão Pública, Direito Constitucional, Direito Processual Constitucional e Direitos Humanos. É também Conciliadora Extrajudicial.
Nas redes sociais, enquanto o presidente dava os primeiros passos para o golpe, ela usou as redes sociais para criticar a canetada. “Rejeito a decisão de Pedro Castillo de perpetrar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. É um golpe de Estado que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com estrito cumprimento da lei.”, postou ela, que até novembro era ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social do Governo.
Desde as primeiras horas da manhã, no horário local, apoiadores de Pedro Castillo e também integrantes da oposição estão nas ruas de Lima para protestar. Pedro Castillo decretou estado de exceção e deu ordem para fechar o Congresso, mas foi surpreendido pelos deputados federais, que imediatamente aprovaram o impeachment com mais de 100 votos a favor. Logo depois, com a decisão em seu desfavor, o agora ex-presidente deixou o Palácio de Governo e foi levado à sede da Prefeitura de Lima, onde foi preso junto de sua família.
A imprensa local cita que o Ministério Público anunciou que vai tomar ações legais. Os procuradores Patricia Benavides, Zoraida Ávalos, Pablo Sánchez e Juan Carlos Villena afirmaram que o presidente tentou dar um golpe e que nenhuma autoridade pode se colocar acima da Constituição. “O Ministério Público adotará as ações legais correspondentes frente à quebra da ordem constitucional”, disse Benavides em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Pedro Castilha foi empossado no cargo de presidente do Peru em 28 de julho de 2021, na época, a eleição nacional foi marcada por denuncias de irregularidades por parte da candidata derrotada nas urnas Keiko Fujimori, que apresentou uma série de pedidos e recursos na justiça, atrasando em 40 dias a solenidade de posse. Entretanto, o eleito tinha um congresso amplamento opositor que promoveram até agora três pedidos de impeachment contra ele por incapacidade moral e falta de rumo administrativo.
O último foi em novembro deste ano, que obteve o resultado de 101 votos a favor (eram necessários 87 para a cassação do mandato), seis votos contra e 10 abstenções. Com esse placar, Pedro decretou a dissolução do Congresso e convocou novas eleições para tentar equilibrar o jogo político, mas não houve êxito na ação e ele acabou preso e acusado de tentar dar um golpe de Estado, o que é inconstitucional em qualquer país democrático.