Paraguai volta reforçar a fronteira após o anúncio do fim da quarentena
O governo do Paraguai reforçou o bloqueio na fronteira com Brasil em Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (6). Cerca de 150 homens do Exército chegaram a Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã. Eles estão em cada acesso da Linha Internacional e não permitem a passagem de ninguém. Por conta da pandemia do novo coronavírus as fronteiras entre os dois países estão fechadas desde o dia 10 de março.
O reforço ocorreu dias depois do Paraguai suspender a quarentena que durou quase 7 meses. O país vizinho foi um dos primeiros da América Latina a implantar medidas restritivas por causa da pandemia do novo coronavírus. Entre março e maio, a população passou por um lockdown intenso, já nos meses seguintes o governo foi afrouxando as restrições.
A partir desta segunda-feira (5), o Paraguai passou a ter apenas medidas pontuais, em locais onde ainda há muitos casos de Covid-19.
Apesar da suspensão do fim da quarentena, as fronteiras entre Paraguai e Brasil devem continuar fechadas. O ministério da Saúde, Júlio Mazzoneli, não deu uma data provável para a reabertura e disse por meio das redes sociais que as medidas de segurança precisam continuar sendo seguidas a risca pela população.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, o país registrou 44.122 casos da doença e 929 mortes.
Fronteira fechada gerou prejuízos e protestos
O presidente da Câmara do Comércio de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã (MS), Victor Hugo Barreto, disse que reabertura da fronteira é necessária para revitalizar a economia da região. Segundo ele, desde o início da pandemia, 5 mil pessoas foram demitidas e das 500 lojas e estabelecimentos, 200 fecharam as portas.
Protestos pedindo pela reabertura das fronteiras ocorrem com frequência desde o final de agosto. Em um deles, em Salto del Guairá, na fronteira com o Brasil em Mato Grosso do Sul reuniu cerca 300 pessoas em uma carreata que percorreu as principais ruas da cidade, vizinha a Mundo Novo (MS). Manifestações semelhantes também foram registrados em outras cidades fronteiriças com o Brasil.
Os manifestantes alegam estão cumprindo corretamente as restrições impostas pelo governo, mas que não podem mais suportar a situação de fechamento.
*Por G1 MS