Economia

Entenda o circuit breaker e relembre momentos de turbulência na bolsa

Em momentos de ‘pânico’ nos mercados, para evitar que a bolsa de valores ‘desabe’, um mecanismo chamado circuit breaker pode ser acionado, que funciona suspendendo temporariamente os negócios.

Entenda como funciona o mecanismo do circuit breaker:

O que é o circuit breaker?

É um mecanismo disparado pela bolsa para interromper o pregão sempre que ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações. Toda vez que isso acontece, esta ferramenta é acionada para amortecer e rebalancear as ordens de compra e venda dos investidores e proteger o mercado da volatilidade. Em seguida, os negócios são retomados.

Quando os negócios são interrompidos por 30 minutos?

Isso acontece quando o índice Bovespa atinge o limite de queda de 10% em relação ao fechamento do dia anterior. Neste caso, todos os mercados (ações, derivativos etc) são interrompidos e retomados após 30 minutos.

Quando a bolsa pode parar por 1 hora?

Na reabertura dos mercados após o circuit breaker, se a queda no índice persistir, os negócios podem ser interrompidos novamente quando a baixa chegar a 15% em relação ao fechamento da véspera. A paralisação também ocorre em todos os mercados acionários.

As negociações podem ficar suspensas por mais tempo?

Sim. Isso pode acontecer se, reabertos os negócios após 1 hora de interrupção, a Bovespa recuar mais de 20%. Neste caso, a bolsa poderá poderá determinar a suspensão dos negócios em todos os mercados por prazo definido a seu critério, devendo comunicar sua decisão ao mercado.

Os negócios podem ser interrompidos no fim do pregão?

Na última meia hora de negócios, não. Mas se houver o circuit breaker na penúltima meia hora do pregão, o horário será prorrogado por no máximo mais 30 minutos, sem interrupções, para garantir um período final de negociação de 30 minutos.

Quais foram as últimas vezes que o circuit breaker foi acionado?

Os negócios da Bovespa foram interrompidos pela última vez em 18 de maio de 2017, durante 30 minutos. Isso aconteceu logo depois que o principal indicador da bolsa brasileira recuou mais de 10%, em meio às denúncias contra o presidente Michel Temer, reveladas na véspera.

Antes disso, o mecanismo entrou em ação em 22 de outubro de 2008, quando a bolsa fechou com queda de 10,18%. Naquele mês, o pregão da Bovespa foi interrompido por quatro vezes durante meia hora, e por uma vez durante 1 hora. Os mercados internacionais enfrentavam forte turbulência em meio ao socorro bilionário aos bancos norte-americanos que começaram a quebrar abalados pela crise do ‘subprime’, enquanto temores colocavam em xeque a saúde dos bancos europeus.

No dia 11 de Setembro de 2001, quando as torres gêmeas de Nova York foram atacadas, os negócios também foram interrompidos na Bovespa, mas o circuit breaker não foi acionado. Naquele dia, a Bovespa recuou 9,17% em pouco mais de uma hora. Antes que as negociações fossem interrompidas, a bolsa fechou, seguindo a maioria das bolsas do mundo. A reabertura só ocorreu no dia seguinte.

 — Foto: Arte/G1

Em janeiro de 1999, o circuit breaker também paralisou a bolsa brasileira. Em 14 de janeiro daquele ano, véspera da adoção do câmbio livre no país, os negócios foram suspensos por meia hora e o índice recuou 9,33%. O mercado temia os possíveis efeitos dessa nova estratégia de política macroeconômica.

Em 1998, ano da crise na Rússia, o mecanismo entrou em ação por cinco vezes. No dia 10 de setembro a bolsa parou durante 1 hora e fechou em baixa de 15,82%.

A primeira vez que o circuit breaker foi acionado no mercado brasileiro foi no dia 28 de outubro de 1997, um dia após a Bovespa cair mais de 14% durante a crise financeira asiática. O mecanismo foi usado por mais duas vezes naquele ano.

*Por G1

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