Cápsulas orgânicas transformam os mortos em árvores. É o fim dos caixões!
Existe uma pergunta que ninguém tem a resposta exata e comprovada: O que acontece conosco após a morte? Pela religião, algumas doutrinas apontam para a ressureição em um outro mundo espiritual, outras acreditam na reencarnação para uma nova vida, seja essa como humano ou até mesmo como um animal, e tem também aqueles que acham que o espírito fica vagando pela Terra.
O fato é que a morte é a única certeza que temos no ciclo da vida e a tradição nos dá duas alternativas: ser sepultado em um caixão de madeira no cemitério ou ter o corpo cremado e as cinzas entregues aos familiares, que podem guardar em um recipiente ou até mesmo jogar em algum lugar desejado pelo falecido.
Mas há pouco mais cinco anos uma nova alternativa para preservação dos nossos restos mortais passou a ser oferecida e muito aderida nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Trata-se de um receptáculo de formato oval, mais conhecido como uma urna biodegradável, feito a partir de bioplástico de amido, em que o corpo é colocado em uma posição fetal e posteriormente enterrado.
O projeto foi criado e desenvolvido pelos designers italianos Anna Citelli e Raoul Bretzel. Chamada de Capsula Mundi, ela tem por objetivo inserir a cápsula como uma semente no solo, plantando uma árvore logo acima.
Desse modo, o corpo sepultado forneceria os nutrientes necessários para auxiliar no crescimento da planta.
A ideia é que os cemitérios não estejam mais repletos de lápides e cruzes, mas sim de diversas árvores, verdes e coloridas, e que passariam a ser tratadas como “sagradas”.
Segundo os idealizadores, o tradicional caixão de madeira tem um curto tempo útil. Na comparação, o crescimento de uma árvore demora de 10 a 40 anos enquanto que um caixão é usado por cerca de três dias.
A Capsula Mundi procura ajudar a poupar uma árvore ao plantar outra em vez de usar um caixão feito de madeira; sem contar que é biodegradável, diminui o problema da contaminação dos solos em cemitérios e da falta de espaço para o armazenamento dos falecidos.
Um dos pilares do projeto foi tentar produzir o menor impacto ambiental possível – a cápsula é feita com material 100% biodegradável, o bioplástico de amido, proveniente de cultivos sazonais de batatas e milho.
A empresa cita que o tipo de árvore a ser plantada é escolhida pela própria pessoa que adquire ao plano funerário enquanto está viva e lúcida. Claro que o tipo da muda vai depender do clima da região em que será plantada. Após o falecimento, a família e amigos passam a executar toda a manutenção da planta, como podas dos galhos e demais cuidados de preservação.
Com isso, em vez de ir ao cemitério limpar uma lápide ou acender velas no cruzeiro, com este tipo de enterro você irá se sentar na sombra de uma árvore e cuidar para ela continue forte e saudável, sabendo que uma parte de seu ser amado está lá. É a continuação da vida, mas agora em um novo formato.
A Capsula Mundi cita que os tradicionais cemitérios, da forma como conhecemos hoje, trazem problemas ambientais, como a contaminação do solo e de lençóis freáticos.
Os criadores da Capsula Mundi não se pronunciam claramente sobre a questão. A respeito do tema, existe uma divisão de opiniões entre aqueles que acreditam que a contaminação do solo acontece devido à prática de embalsamento do corpo (que faz uso de substâncias químicas) e os que consideram que mesmo existindo em pequena quantidade os metais e outras substâncias presentes no corpo humano, se todos usassem cápsulas do tipo, haveria esses resíduos seriam consideráveis e poderiam prejudicar o meio ambiente.
Veja o vídeo da empresa sobre o funcionamento da Capsula Mundi: