Produtores e cooperativas esperam reduzir custos e melhorar escoamento com investimentos em ferrovias de MS
Produtores rurais e cooperativas em Mato Grosso do Sul esperam reduzir os custos de produção e melhorar o escoamento com os futuros investimentos privados nas ferrovias do Estado. Entre elas estão os planos de concessão da Nova Ferroeste, a relicitação da Malha Oeste e novos aportes financeiros para Ferronorte.
Os três projetos serão acompanhados de perto pelo Governo do Estado, por meio do “GT Ferrovias MS”, que se trata de um grupo de trabalho criado pelo governador Reinaldo Azambuja para avaliar todos esses processos (licitações, concessões e investimentos), que estão em andamento.
Com esta perspectiva positiva de investimentos no setor privado, os produtores já se animam para reduzir as despesas e melhorar as condições de escoamento. Eles alegam que precisam dispor desta alternativa (ferrovias), para não ficarem apenas dependentes das rodovias.
O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Ângelo César Ximenes, descreveu que a nova “Ferroeste”, que terá uma malha construída de Maracaju até o Porto de Paranaguá, vai contribuir muito para toda região, com diminuição de gastos e até aumento da produção.
“A nova ferrovia será fundamental, a região de Dourados tem mais de 33 municípios ao redor e muitas vezes falta caminhão para fazer o escoamento da produção e local para colocar os produtos, esta nova alternativa será muito importante. O produtor terá mais tranquilidade também para aumentar sua produção. Ajuda tanto quem compra, como quem produz”, descreveu Ximenes.
O projeto da Ferroeste teve avanços na fase de estudos de viabilidade, com apresentação prévio da análise de demanda e traçado da nova malha. A expectativa do governo de Mato Grosso do Sul e Paraná é concluir a proposta e levar para leilão, na Bolsa de Valores, em novembro deste ano. A intenção é a concessão à iniciativa privada, que vai construir a nova malha de 1.285 quilômetros de extensão.
“É uma ferrovia extremamente importante para Mato Grosso do Sul, vai sair de e vai de Maracaju até o Porto de Paranaguá, o que representa uma redução de 32% nos custos logísticos da região de Maracaju, Dourados, Amambai, descendo para o Paraná, o que significa mais emprego, mais renda, aumento da atividade produtiva”, ressaltou o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel.
Perspectiva positiva
O presidente do Sindicato Rural de Aparecida do Taboado, Eduardo Sanches, também destacou a perspectiva positiva para região, em relação a novos investimentos privados na Ferronorte. “Será benéfico para o escoamento e redução de custos, por isso já estamos vendo com a prefeitura a doação de um terreno na margem da ferrovia para se fazer um Porto Seco”, revelou.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destacou que existe a expectativa de investimento de R$ 500 milhões pela Rumo. “Essa ferrovia entra em Costa Rica e sai em Aparecida do Taboado, onde temos dois terminais de carga, um em Chapadão e outro de celulose em Aparecida”.
Verruck ainda citou a nova licitação da Malha Oeste, que já está na fase dos estudos de viabilidade e depois audiências públicas, para chegar ao processo de relicitação do trecho. “A empresa Rumo entregou o comando ao governo federal de volta e agora a malha será relicitada, com novos investimentos”.
Cooperativas
Estes novos investimentos privados no setor de ferrovias também anima as cooperativas que estão em Mato Grosso do Sul.
A unidade da LAR na cidade de Caarapó, que foi instalada no município desde 2019, e que realiza a estratificação da soja, também vai ser beneficiada após a construção da Nova Ferroeste.
“Vai facilitar muito a logística de movimentação de grãos. O custo de transportar pela ferrovia será menor e com menos perdas”, descreveu o gerente industrial. Além disso, ganhamos agilidade e segurança”, descreveu Thales da Silva, gerente industrial da unidade.
O gerente industrial da Coamo em Dourados, Emerson Abrahão Mansano, também declarou à comitiva do Governo do Paraná, que foi até a unidade, que a nova malha ferroviária (Ferroeste) vai dar mais competitividade à cooperativa, com redução de custos na operação, gerando um “impacto positivo” no setor.
O governador Reinaldo Azambuja descreveu que não vai “medir esforços” para contribuir e ajudar nestes projetos, para que em parceria com a iniciativa privada tenham novos investimentos nos eixos logísticos do Estado. “Vai gerar mais competitividade, segurança e redução de custos para produção, gerando desenvolvimento ao Estado”.