São Romano e São Lupicino, os irmãos que dedicaram a vida aos mosteiros religiosos
Dois irmãos que, juntos, fundaram o próprio mosteiro e dedicaram suas vidas à religião, caridade, honestidade e justiça. São Romão e São Lupicino tinha comportamentos diferentes e até mesmo discordavam de certos temas, mas as diferenças foram essenciais para o sucesso de suas vidas religiosas.
A vida religiosa dos irmãos começa com São Romão (também chamado de São Romano), nascido no ano de 390, em local não confirmado. Ele foi um dos primeiros monges da França, vivendo no mosteiro de Ainay, localizado perto da cidade de Lion.
No entanto, São Romão acreditava que as regras do mosteiro eram muito brandas e decide, então, se mudar e viver isolado em grutas no deserto fora da cidade.
Tinha consigo apenas uma bíblia e passou a dedicar sua vida às orações, sempre pregando o Evangelho para àqueles que passavam por perto de sua morada.
Anos depois, o seu irmão Lupicino o encontra. Na ocasião, sua esposa havia falecido e estava sofrendo de crises de depressão e descrença.
São Romão o acolheu e passou a ensina-lo sobre a vida religiosa. Os dois moravam juntos no deserto e, com o tempo, outras pessoas passaram a procura-los também para se tornarem monges eremitas.
Os santos Romão e Lupicino tinham uma paz espiritual e felicidade contagiante. Certa vez, o demônio os atentou durante um retiro e, sempre que se ajoelhavam para rezar no deserto chovia pedras com pontas afiadas sobre eles.
Os irmãos ainda tentaram resistir ao ataque demoníaco, mas ficaram muito machucados e foram obrigados a desistir das orações.
Ao chegarem numa pequena aldeia, hospedaram-se na casa de uma pobre mulher. Sem nenhuma vergonha, eles disseram o que havia acontecido e a desconhecida lhes disse: “Vós deveríeis lutar corajosamente contra o demônio e não temer os embustes e ódio daquele que tão frequentemente foi vencido pelos amigos de Deus. Se ele ataca os homens, é por medo de que eles, por suas virtudes, subam ao lugar de onde a perfídia diabólica os fez cair”.
Envergonhados, os dois santos consideraram sua fraqueza, voltaram e, com orações, venceram o maligno.
Com o aumento de seguidores, São Romão e São Lupicino fundaram mosteiros masculinos em Lancome e Condat. Construíram também um terceiro mosteiro, esse de clausura feminina, em Beaume, onde a irmã deles foi abadessa.
Os três mosteiros seguiam as regras severas disciplinares que São Romão havia escrito e que, para ele, seria o correto para a vida nos mosteiros.
Romão e Lupicino orientavam espiritualmente os mosteiros masculinos. Quanto ao mosteiro de Beaume, Romão orientava pessoalmente a abadessa.
Consta nos documentos da Igreja que, numa viagem feita por Romão e um dos seus discípulos, chamado Pelade, ao sepulcro de São Maurício, em Genebra, eles ficaram hospedados num casebre onde vivia dois leprosos.
Romão abraçou a ambos num gesto de acolhimento, solidarizou-se com suas dores e, na manhã seguinte, ambos estavam curados.
Depois desta peregrinação, São Romão voltou a viver no mosteiro de Ainay, reencontrando-se com a ansiada solidão.
São Romão morreu em 28 de fevereiro de 463, aos 73 anos de idade. O culto a São Romão espalhou-se pela França, Bélgica, Suíça, Itália e por toda a Europa.
Não há informações sobre a data de morte do irmão São Lupicino.
Oração a São Romão e São Lupicino
“Senhor Deus, nós Vos bendizemos pela vida de Vossos servos Romão e Lupicino, e pedimos a graça de saber imitar seus exemplos, lutando contra o pecado, para a maior glória de Vosso Santo Nome. Pela intercessão de Vossos servos, São Romão e São Lupicino, livrai-nos das ciladas do inimigo, aumentai as vocações sacerdotais e religiosas e protegei a Vossa Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém”.