São Raimundo de Penaforte, o educador que converteu mais de 10 mil árabes ao cristianismo
Padroeiro dos advogados, dos direitos canônicos e defensor dos pobres. São Raimon de Penyafort (Raimundo de Penaforte na tradução portuguesa) foi educador e converteu mais de 10 mil árabes ao cristianismo, além de escrever importantes livros sobre os direitos canônicos. Ele também liderou a Ordem dos Dominicanos, que pregava a palavra de Jesus Cristo.
Raimundo nasceu no ano de 1175, na província de Vilafranca del Penedès, localizada na região da Catalunha (Espanha).
Vindo de uma família muito tradicional e considerada nobre, os Peñafort (ou Penyafort), ele desde criança demonstrou interesse pelos estudos, especialmente no que se tratava da religião cristã.
Considerado muito inteligente e extremamente dedicado, Raimundo se tornou professor de artes livres aos 20 anos na Universidade de Barcelona, também na Espanha, sendo muito requisitado pelos alunos.
A carreira de professor o levou até a cidade de Bolonha, na Itália, onde pôde ampliar o seu currículo estudando o direito civil e eclesiástico.
Graduado com louvor, Raimundo de Penaforte se tornou professor titular de Direito Canônico e passou a ser muito respeitado no mundo acadêmico.
Educado na fé cristã, ele sempre ajudou aos mais necessitados e fazia questão de cuidar pessoalmente dos pobres, oferecendo a eles auxilio jurídico gratuitamente.
No ano de 1220, Raimundo de Penaforte retorna para sua cidade natal, onde é ordenado padre e, depois, se torna vigário geral da grande diocese de Barcelona.
Naquela altura, o nome de Penaforte já havia se espalhado por toda a Europa como sendo de uma pessoa inteligente e conhecedor das leis e dos direitos.
Com isso, o Papa Gregório IX o convocou para trabalhar em Roma a serviço da Igreja Católica. Raimundo de Penaforte foi o confessor do próprio papa durante oito anos, ficando muito próximo do líder religioso.
Em suas observações, Raimundo constatou que os pobres não eram bem atendidos nos seus direitos canônicos quando recorriam à sede da igreja.
Ao falar sobre isso com o Papa, Penaforte recebeu outra missão importante para a história da igreja. Ele escreveu e editou a obra “Os Decretais de Gregório IX”, referência no direito canônico até os dias de hoje.
Em reconhecimento ao trabalho prestado, Raimundo de Penaforte foi nomeado arcebispo da cidade de Taragona, mas sentiu-se indigno de ocupar o cargo e pediu exoneração ao Papa e retornou para a sua cidade natal novamente.
Foi neste período que ele recebeu o convite do amigo São Pedro Nolasco para escrever as constituições da recém-fundada ‘Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos’, que ficaria conhecida como sendo a ‘Ordem dos Mercedários’ e tinha como objetivo libertar cristãos escravizados por muçulmanos.
Mas foi outra Ordem que fez São Raimundo de Penaforte se entusiasmar e mudar de vida para sempre. Ao conhecer a Ordem dos Dominicanos (Ordem dos Pregadores), que havia chegado até a Espanha, o santo abandonou tudo o que tinha para se tornar um dominicano.
Em 1278, Raimundo assumiu o cargo de superior-geral da Ordem dos Dominicanos. Foram dois anos a frente do grupo, até que pediu afastamento para dedicar-se exclusivamente à vida solitária, com penitência e oração. Ele também teria promovido milagres.
Raimundo de Penaforte voltou a lecionar aos 70 anos de idade, dando aulas em seminários nas línguas árabe e hebraica com o intuito de atrair a atenção dos judeus e árabes para o Cristianismo.
Por meio de suas aulas, cerca de 10 mil árabes de se converteram e foram até mesmo batizados.
Raimundo de Penaforte foi confessor do Rei Jaime de Aragão e o repreendeu pela vida desregrada. O santo ainda fez um alerta ao rei quanto ao perigo que o reino corria diante de uma facção chamada ‘Os Albigenses’, da seita dos cátaros, que pregava uma doutrina que desviava da fé católica. Através desta sua visão, os albigenses foram expulsos da região.
Como escritor, São Raimundo publicou o livro “Suma de Casos”, que continua a ser usada até os dias de hoje pelos confessores e auxiliou o São Tomás de Aquino, seu amigo pessoal, a escrever o livro ‘Suma contra os Gênios’.
São Raimundo de Penaforte morreu no ano de 1275, aos 100 anos de idade. A celebração de sua festa foi estabelecida para o dia seguinte ao de sua morte, em 7 de janeiro, porque no dia 6 comemora-se a Epifania do Senhor.
Oração a São Raimundo de Penaforte
“Senhor, que destes a São Raimundo de Penaforte a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do espírito Santo, amém. São Raimundo de Penaforte, rogai por nós.”