São Conrado se arrependeu de um crime, salvou um inocente e se tornou milagroso
Um homem de temperamento forte, de atitudes consideradas radicais, mas que sempre buscou estar próximo de Deus. São Conrado experimentou o arrependimento, a conversão e a devoção eterna. É o santo padroeiro dos que sofrem com a doença de hérnias.
Conrado nasceu por volta do ano de 1290, na cidade de Calendasco, situada na província de Placência, no norte da Itália.
Não há muitas informações sobre a sua infância e a juventude. A história narra que ele era casado e tinha uma vida de muitos proventos, com luxo e praticante de atividades esportivas, especialmente da caça.
Foi em uma caçada de coelhos que a sua vida se transformou para sempre. Certa vez, enquanto procurada pelos animais silvestres na floresta, acabou provocando um grande incêndio e consequentes prejuízos para a comunidade local.
As autoridades investigaram o culpado e chegaram até outra pessoa, que acabou presa e condenada à morte pelo crime que não cometeu.
Conrado, ao tomar ciência do fato, foi tomado pelo arrependimento e compaixão. Procurou a Justiça e confessou ser ele o autor do incêndio na floresta.
O fato lhe fez perder toda a fortuna e a vida de luxo que tinha até então. Se viu pobre, mas ainda estava sofrendo com dores na consciência.
Decidiu então, em comum acordo com a sua esposa, que iriam se separar e que cada um dia iria morar em um convento para buscar o perdão de Deus.
Ela foi para o convento de Santa Clara e ele foi para a Ordem Terceira. São Conrado, no entanto, preferiu não fazer compromisso de estabilidade e trocava de mosteiro de tempos em tempos.
Nos mosteiros em que morou, São Conrado praticou a caridade e a compaixão. Logo, se tornou uma figura conhecida por toda a região norte da Itália, passando a receber visita de peregrinos atrás de ajuda e conselhos espirituais.
São Conrado, que queria ter uma vida de solidão e eremita, decidiu então estabelecer-se em uma gruta na região de Noto, na Siciliana, onde morou sozinho, com penitências e oração.
Apenas em um dia da semana ele deixava o seu exilio. O santo tinha como prática sempre nas sextas-feiras ir até a cidade para visitar doentes no hospital.
Já com a alma curada do sentimento da culpa pelo incêndio que havia provocado anos antes, São Conrado recebeu o dom da cura e fazia orações pedindo pela recuperação de saúde daqueles que visitava no leito hospitalar.
Foram 35 anos nessa rotina. São Conrado morreu no dia 19 de fevereiro de 1351 enquanto rezava, ajoelhado, diante da imagem de Jesus Cristo crucificado em uma capela.
São Conrado foi sepultado na mais bela dentre as igrejas de Noto: a Igreja de São Nicolau (atual Catedral de São Nicolau). Os dois são padroeiros de Noto.
Hoje, ele é apresentado, geralmente, como um idoso de hábito franciscano, portador de uma cruz nas mãos. Sobre a cruz alguns pássaros, que é sinal de sua reconciliação com a natureza, gerando harmonia que, antes, ele não possuía.
Oração de São Conrado
“Arrependido dos meus pecados, assim como São Conrado, desejo viver dedicando-me às causas do Evangelho segundo a minha vocação. Meu Deus, que eu me arrependa do que fiz de errado e viva intensamente para vós!
São Conrado, rogai por nós!”