Santo do dia

São Brás, o médico que se tornou bispo

Médico, sacerdote e bispo. São Brás foi um homem de fé exemplar e atuou como médico, curando as doenças do corpo e até mesmo da alma. Era piedoso e caridoso, sempre atendendo aos mais necessitados, sem demonstrar discriminação. É o santo padroeiro dos animais, dos trabalhadores da indústria da lã, dos operários da construção civil, médicos e veterinários, além de ser o protetor contra os males da garganta e doenças respiratórias.

Não há uma certeza sobre a sua vida e obra, os registros biográficos indicam que São Brás nasceu no ano de 264 na cidade de Roma, mas viveu durante boa parte da vida na cidade de Sebaste, atual Armênia.

Médico de profissão, ele abandonou o ofício após um longo ciclo de questionamentos e reflexões sobre como poderia servir a Deus.

Decidiu, por tanto, que se tornaria um eremita. Abandonou todas as suas coisas materiais e se isolou em uma gruta, dedicando todo o seu tempo às orações.

Apesar disso, permaneceu atendendo as pessoas que passavam em frente a sua gruta ou que o procuravam através de curas medicinais.

Logo, o poder de cura se espalhou e ele passou a ser tratado como um santo miraculoso por toda a região da Capadócia.

São Brás não fazia descriminação e sempre atendeu a todos, promovendo a cura do corpo e da alma através de suas orações.

O santo também socorria aos animais, aliás, tinha uma enorme relação com os bichos silvestres, que sempre perambulavam no entorno de sua gruta.

Quando o bispo local morreu, a população de toda a região foi ao seu encontro, pedindo para que ele se tornasse padre para tomar conta do povo de Deus.

São Brás aceitou e abandonou a sua vida de eremita indo morar na cidade, onde estudou e foi ordenado padre. Não muito tempo depois, foi consagrado o novo bispo.

Construiu uma casa para abrigar a Diocese aos pés da gruta em que ele morou, e dali comandava a sua igreja.

Entretanto, São Brás tinha um inimigo. O prefeito de Sebaste, chamado Agrícola, era amigo do Imperador Romano no Oriente, Licinius Lacinianus que, por sua vez, era cunhado de Constantino, Imperador Romano no Ocidente.

Enquanto Constantino havia aceitado o cristianismo e parado com as perseguições aos cristãos, Licinius ainda era contrário à religião e combatia os seguidores de Jesus Cristo impondo castigos, prisões e assassinatos.

O prefeito Agrícola também se recusava aceitar os devotos e, certa vez, promoveu um espetáculo usando cristãos presos como exemplos de punição para aqueles que não aceitavam os deuses romanos.

Na ocasião, ele usou animais silvestres, como tigres, leões e outras feras, para que devorassem os detentos. Os soldados haviam ido capturar São Brás, mas quando chegaram em sua gruta se depararam com vários bichos selvagens protegendo a casa do santo.

Com espanto geral, eles correram para contar ao prefeito Agrícola o que estava acontecendo. Sem acreditar, ele determinou a prisão do bispo.

Os soldados romanos foram novamente até a gruta para prender São Brás, que não revidou e se entregou, sendo levado até o prefeito para o julgamento.

O governante pediu que o bispo renunciasse à Jesus Cristo e adorasse os deuses romanos. São Brás recusou, defendeu Cristo e a igreja, e foi condenado à prisão perpétua.

Agrícola ainda tentou converter São Brás outras vezes, durante o tempo em que estava preso, mas o santo sempre permaneceu firme em sua fé e devoção.

Ainda detido e sofrendo com os castigos e torturas, o bispo continuava recebendo a visita de peregrinos que buscavam curas para as mais diversas doenças e pedir orações.

Os registros contam que uma mãe procurou São Brás desesperada, após o seu filho se engasgar com um espinho. O santo então olhou para o céu e rezou, em seguida, fez o sinal da cruz na garganta do menino e, no mesmo instante, a criança se livrou do espinho.

São Brás também caminhou sobre ás águas. Certa vez, um grupo de mulheres foi até a prisão para tratar dos ferimentos do santo, que havia sido duramente castigado pelos soldados.

No entanto, elas foram todas assassinadas por terem jogado as imagens dos deuses romanos em um lago, após os soldados forçarem que adorassem os ídolos ao invés de Jesus Cristo.

Ao ver isso, São Brás gritou para que parassem, mas ele também foi pego e jogado no lago. Porém, o santo não afundou e depois conseguiu andar sobre ás águas.

O prefeito Agrícola, ao saber do ocorrido, determinou que cortassem a cabeça do bispo. Um soldado usou a espada para atingir a garganta e decapitou São Brás no dia 3 de fevereiro de 316.

De acordo com os registros históricos, até o ano de 732 o corpo e as relíquias de São Brás ficaram na catedral de Sebaste.

Naquele ano, ao serem transportadas para Roma, uma tempestade conduziu o barco até a cidade de Maratea, em Potenza, onde os moradores fizeram uma Igreja e posteriormente a Basílica de São Brás, mudando o nome do local para “Monte São Brás”.

A cura da criança o fez ser reconhecido até os dias atuais como o protetor das doenças na garganta e também das doenças respiratórias.

Nas Igrejas de todo o mundo essa benção é feita especialmente no seu dia, com duas velas cruzadas sobre a garganta dos fiéis, que recebem a benção de São Brás.

Oração a São Brás

“Ó glorioso São Brás, que restituístes com uma breve oração a perfeita saúde a um menino que, por uma espinha de peixe atravessada na garganta, estava prestes a expirar, obtende para nós todos a graça de experimentarmos a eficácia do vosso patrocínio em todos os males da garganta. Conservai a nossa garganta sã e perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar  e cantar os louvores a Deus. Amém”.

A bênção de São Brás:

“Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. São Brás, rogai por nós. Amém.”

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