Santa Margarida da Hungria se sacrificava em penitências para salvar o reino dos invasores
Criada e educada dentro de um convento, Santa Margarida dedicou toda a sua vida às orações e à devoção ao Senhor. Tinha o dom das visões e ajudava o seu povo a sobreviver aos ataques de invasores se sacrificando em penitências. É considerada a padroeira da tranquilidade e da paz.
Filha do rei Bela IV da Hungria e da rainha Maria, de origem bizantina, Margarida nasceu no dia 27 de janeiro de 1242 no castelo de Turoc, na antiga Fortaleza de Klis (atualmente território da Croácia).
A família era cristã praticante e muito devota, inclusive, tinha histórico de pessoas santificadas pela igreja. Margarida era sobrinha-neta de Santa Edviges da Silésia, sobrinha de Santa Isabel da Hungria, e a irmã mais nova de Santa Cunegunda da Polônia e da Beata Iolanda.
Quando nasceu, seus pais estavam refugiados em outro país por conta das invasões mongóis, que ocorreram entre os anos de 1241 e 1242. O rei Bela fez então uma promessa na qual, caso o seu reino ficasse livre novamente, sua filha mais nova teria uma vida religiosa.
Logo após o nascimento da filha, os mongóis se retiraram da Hungria e a família real pôde retornar para o castelo.
A promessa foi cumprida quando Margarida tinha 10 anos de idade. Ela foi morar no mosteiro dominicano de Vespem, onde recebeu a educação cristã e foi preparada para se tornar uma freira.
Aos 12 anos de idade, Margarida realizou a profissão de sua fé religiosa em outro mosteiro que o Rei Bela havia fundado especificamente para a filha, na Ilha das Lebres, localizada no rio Danúbio, perto de Budapeste.
Margarida tinha 20 anos quando tomou o véu definitivo. Com a maior idade conquistada, dedicou-se aos serviços religiosos, promovendo a caridade e a compaixão.
Ela entregou o seu coração e a sua vida para o Senhor, tendo devoção pela Eucaristia e a Paixão de Cristo.
Santa Margarida foi um exemplo de humildade e virtude para as outras religiosas. Rezava sempre e fazia penitencias, se oferecendo como vítima proposital para a salvação do seu povo.
Recusou estudar, limitando-se apenas ao conhecimento básico da escrita e leitura. A biografia dela conta que sempre pedia que lhe lessem as Sagradas Escrituras e que confiava sua direção espiritual ao seu confessor, o dominicano Marcelo, que era o superior da Ordem.
Outra característica adotada por Margarida estava nos votos da pobreza, abrindo mão de todos os sues bens materiais e da riqueza real deixada pelos pais.
A devoção a Deus foi tamanha que recebeu o dom das visões e profecias. Ela se tornou uma das grandes místicas medievais da Europa, respeitada e amada pelas comunidades religiosas, pela corte e por toda a população da Hungria.
Santa Margarida faleceu muito nova, aos 28 anos de idade, no dia 18 de janeiro de 1270, no seu mosteiro.
Muitas graças e milagres foram atribuídos a ela desde então e o seu túmulo se tornou um grande local de peregrinação e oração.
Um ano depois da sua morte, o seu irmão Estevão V, que havia se tornando o rei da Hungria no lugar do pai Bela, encaminhou um pedido de santidade à Roma. No entanto, este processo desapareceu misteriosamente.
Um segundo pedido foi enviado no ano de 1276, mas novamente não foi respondido pela igreja. Na terceira tentativa, em 1729, finalmente Roma recebeu os documentos para abertura do processo de santificação de Margarida, que naquela altura já era venerada como santa na Hungria e outros países da Europa.
No ano de 1804, mesmo sem o reconhecimento oficial, seu culto se estendia na Ordem Dominicana e na diocese da Transilvânia. No século XIX, sua festa se expandiu por todas as dioceses húngaras.
A canonização de Santa Margarida da Hungria foi concedida pelo papa Pio XII em 1943, em meio ao júbilo dos devotos e fiéis, de todo o mundo, especialmente pelos da comunidade cristã do Leste Europeu, onde sua veneração é muito intensa.
Oração a Santa Margarida da Hungria
Ó Deus de misericórdia e de bondade, compadecei-vos de todos os que sofrem, os que choram, os que passam por duras provações. Eu vos peço, Senhor, fortalecei-os na fé, para que busquem vossa vontade e estejam dispostos a acolhê-la. Amém.