Santo do dia

Santa Josefina Bakhita, a ex-escrava que se tornou freira

Uma escrava que sofreu com a pobreza, a miséria, humilhações e violência. Santa Josefina Bakhita se tornou um modelo de inspiração para todos o que seguem a Jesus Cristo, não deixando o sofrimento abalar a sua fé. Praticou a caridade e a piedade e foi abençoada por Deus. É a padroeira dos escravizados e sequestrados.

A história de Josefina Bakhita não é tão antiga, porém, não dispõe de muitas informações. A biografia narra que nasceu no ano de 1869, na cidade de Olgossa, no estado de Darfur, no Sudão, uma das regiões mais pobres do mundo.

Ela própria não sabia a verdade sobre a sua origem. Desde muito pequena enfrentou o regime da escravidão e recebeu diversos nomes, o último deles foi Bakhita, que significa ‘afortunada’.

Bakhita experimentou a humilhação e todo o tipo de sofrimento, tanto físico quanto moral, que acompanham a situação de escravidão dos africanos.

Por diversas vezes foi vendida por mercadores de escravos negros no mercado de El Obeid e de Cartum, na capital do Sudão. O último dos seus ‘donos’ foi o cônsul da Itália no Sudão, Dom Calixto Legnani, que logo lhe deu uma carta de liberdade.

Ao lado do cônsul, deixou a sua terra natal e embarcou para a Itália, onde foi ‘entregue como um presente’ para um casal de amigos de Calixto.

Bakhita foi morar em Veneza, na Itália, onde foi tratada pelo casal sempre com muito carinho e amor, algo bem diferente do que havia vivido até então, como escrava.

Algum tempo depois, o casal com quem Bakhita morava teve um filho. A santa, então, passou a atuar como babá e cuidadora da menina, que depois de crescida lhe tinha como grande amiga.

O casal, que tinha negócios na África, precisou retornar ao Sudão. Por conta dos perigos daquele país, deixaram a filha e a babá hospedadas junto à congregação de Santa Madalena de Canossa, em Veneza.

Foi nesse momento que Bakhita conheceu Jesus Cristo, se aprofundando na mensagem do Evangelho e na vida religiosa.

Ela tinha 21 anos quando foi batizada, no ano de 1890, e recebeu o nome de Josefina em homenagem ao santo José, pai de Jesus Cristo e patriarca da Sagrada Família de Nazaré.

Quando o casal retornou para a Itália e esteve na sede da congregação para buscar a filha e a sua babá, receberam a notícia de que Josefina Bakhita não iria retornar para casa.

A antiga escrava pediu para ‘os seus donos’ deixarem morando no convento e manifestou que a sua vontade era de se consagrar como freira canossiana.

Ao casal, a santa afirmou que havia se convertido, encontrado Jesus Cristo e decidido que iria servir a Deus depois de tantas provas de amor recebidas.

Com a autorização do casal, Josefina Bakhita ficou no convento, passou pelo discernimento da vocação e, quando teve a certeza de sua escolha e do chamado divino, assumiu o compromisso da vida religiosa.

No ano de 1896 fez os seus votos, consagrando para sempre ao Senhor, a quem ela chamava carinhosamente de “meu Patrão”.

Josefina Bakhita permaneceu na vida religiosa por mais de meio século. Durante esse tempo, cheia de humildade e amor, ela se dedicou a todos os tipos de atividades da congregação.

Usando a experiência das inúmeras tarefas domésticas que aprendeu no tempo da escravidão, a irmã Josefina fez de tudo um pouco no convento: cuidou do guarda roupas, foi cozinheira, sacristã, porteira e bordadeira.

As irmãs e os fiéis a chamavam carinhosamente de a “irmã morena”. Sempre foi muito admirada por todos pela bondade, generosidade e pelo seu grande desejo de fazer com Jesus fosse cada vez mais conhecido.

Josefina Bakhita sempre dizia: “Sede boas, amem a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!”.

Com a idade avançando, se viu doente e passou por uma nova provação, sofrendo longa e dolorosamente. Crente em Cristo Salvador, ela continuou firme no seu sorriso, oferecendo seu precioso testemunho de fé.

“Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as malas e direi a Deus: Pai eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: fecha a porta, porque fico”, citava Josefina Bakhita.

Segundo o seu próprio testemunho, Nossa Senhora a libertou dos sofrimentos acumulados no tempo da escravidão e que ainda a abalavam através de pesadelos, traumas e pensamentos.

No dia 8 de fevereiro de 1947, na cidade de Schio, na Itália, e aos 78 anos de idade, Josefina Bakhita morreu.

Foi enterrada na capela de uma família de Schio até que, no ano de 1969, foi sepultado sob o altar da Igreja da Sagrada Família, localizada no convento em que morreu.

Os milagres que a tornaram santa vieram após a morte. Por meio de sua intercessão, muitos pedidos de cura foram atendidos. Em 1992, ela foi beatificada por João Paulo II, que a canonizou no ano de 2000.

Oração a Santa Josefina Bakhita

“Ó Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós. Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor ou de situação social. Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência. Pede, agora, ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças que mais preciso, especialmente (pedido). Amém.”

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