Santa Eulália tinha a fé madura apesar de sua pouca idade

Uma menina de coragem, devota e crente em Jesus Cristo. Santa Eulália é um exemplo de amor, fé e oração. Entregou-se, por vontade própria aos romanos, e sofreu os mais diversos castigos e torturas por ser cristã. Apesar disso, jamais negou o nome de Deus. É a santa protetora dos marinhos e contra a seca.

Eulália nasceu por volta do século III, em Barcelona, na Espanha, em um dos períodos mais conturbados para os cristãos em toda a história. Filha de família rica e nobre, ela teve uma excelente educação e foi doutrinada nos preceitos do cristianismo.

Filha preferida dos seus pais, Eulália sempre gozou de tudo do bom e do melhor, recebendo presentes e todos os mimos existentes naquela época. Também tinha uma superproteção e todos os cuidados para que não sofresse nas mãos de homens violentos e do exército de Roma.

Sempre cristã, a menina logo encontrou na oração um conforto e uma paz interior muito forte. Dedicava a maior parte do seu dia nesse exercício de aproximação com Deus. Tornou-se uma pessoa humilde, carinhosa e gentil para com os mais necessitados.

Praticou a caridade e o catecismo, reunindo-se com suas amigas em seu quarto onde ficavam horas cantando salmos e hinos de louvor ao Senhor. Depois disso, saiam distribuindo os melhores bens que possuíam para as crianças pobres da redondeza.

O martírio de Eulália começou em idade muito nova. Ela ainda tinha 13 anos quando, sabendo da perseguição que os cristãos sofriam por parte do Exército de Roma, decidiu entregar-se por conta própria aos inimigos.

Na ocasião, havia chegado a Barcelona um oficial romano chamado Daciano, que tinha sido enviado pelos imperadores romanos Maximiano e Diocleciano com a missão acabar com o cristianismo nascente na região da Espanha.

Ao tomarem ciência, os pais de Eulália, temendo por sua vida, levaram-na para uma segunda propriedade da família bem distante da cidade, acreditando que estaria mais segura porque sua fé e prática cristã tinham se tornado famosa por toda a Barcelona.

Para Eulália, porém, fugir dos exterminadores de cristãos era covardia. Por isso, numa certa madrugada ela fugiu da segurança de seus pais e, escondida, apresentou-se voluntariamente ao oficial Daciano, que ficou admirado de ver a coragem da menina.

Apesar disto, o romano não teve piedade alguma com a criança e mandou predá-la. No julgamento, Santa Eulália foi condenada e presar culto aos deuses romanos em sinal de renúncia a fé cristã.

Eulália tinha que colocar sal e incenso no pé de estátua que representava um dos deuses romanos. Eulália, porém, se negou cumprir o ritual e ainda por cima derrubou a imagem sagrada, quebrando-a.

Esta sua atitude deixou Daciano furioso. O oficial ordenou que ela fosse chicoteada. A surra que a menina levou foi tão violenta que seu corpo ficou repleto de feridas abertas. Mesmo assim, Eulália continuou firme em sua devoção em Cristo.

Em seguida, ela foi colocada dentro de um barril com facas (ou vidro). Os soldados então rolaram esse barril ladeira abaixo. Ao ver que a criança ainda estava viva e que não cumpriria o ritual sagrado. Daciano determinou que fossem cortados os seios dela.

Extremamente ferida, Santa Eulália rezou para Jesus Cristo. Os romanos a pregaram em uma cruz no formato de X e depois a decapitaram. No ato, uma pomba teria pousado sobre o pescoço de Eulália.

O corpo de Santa Eulália foi sepultado no interior da igreja de Santa Maria das Arenas. Esta igreja foi destruída, mais tarde, por um incêndio. Porém, as relíquias de Santa Eulália foram mantidas intactas.

Durante a dominação dos muçulmanos, quando a fé cristã voltou a ser proibida, suas relíquias foram escondidas. Em 1339, os restos mortais foram transladados para um sarcófago de alabastro na cripta da Catedral de Santa Eulália, onde estão desde então.

Oração a Santa Eulália

“Deus, nosso Pai, Santa Eulália confessou com sua própria vida que existe um só Senhor e Deus. Hoje, vos pedimos humildemente: libertai-nos dos deuses que construímos, segundo a nossa imagem e semelhança. Somente vós sois digno de todo louvor, de toda honra no céu e na terra. Somente vós o Senhor da história, Aquele que é, que era e que vem. Não nos deixes, Senhor, prostituir aos ídolos do dinheiro, do poder, do ter mais e mais, mesmo à custa dos valores mais altos e mais nobres da pessoa humana. Que, a exemplo de Santa Eulália, confessemos com a nossa vida de cada dia que não temos outro Deus senão a vós, e que em vós depositamos toda a nossa confiança. Amém. Santa Eulália, rogai por nós.”