Jair Bolsonaro deixa o País e não vai passar a faixa presidencial para Lula
Horas após promover a sua última live como presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL) deixou o território nacional no início da tarde desta sexta-feira (30), faltando menos de 48 horas para o tradicional evento da passagem da faixa presidencial, onde o antecessor dá ela seu sucessor e o reconhece como legítimo presidente da República.
Aliás, essa será a primeira vez que um presidente não estará na cerimônia de posse do sucessor desde 1985. Entretanto, a Constituição Federal não estabelece o ritual como obrigatório, e sim apenas simbólico.
Um decreto de 1972, assinado à época por Médici, determina regras relacionadas à passagem, pelo presidente antecessor, da faixa presidencial. O documento, no entanto, não considera este um ato obrigatório.
O avião presidencial com Bolsonaro partiu da Base Aérea de Brasília (DF) rumo aos Estados Unidos, onde ele deverá permanecer por tempo indeterminado possivelmente em Orlando.
Bolsonaro deve passar a virada de ano em um resort em Palm Beach, de propriedade do ex-presidente Donald Trump, aliado do brasileiro. Com a saída dele do País, o vice Mourão passa a ser o titular e pode, caso queira, fazer o rito da passagem da faixa para Lula.
Moradores de Brasília conseguiram registrar o momento em que o avião presidencial decola da base área com o presidente rumo aos Estados Unidos. Veja no play abaixo:
Pelas redes sociais, logo após ter conhecimento da viagem do antecessor, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou o vídeo de uma música que viralizou ao longo dos últimos meses na qual cita exatamente a saída de Jair Bolsonaro do poder.
Também nesta sexta-feira foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a autorização para que sete servidores públicos acompanhem o presidente na viagem. O grupo de servidores é um direito dado para todos os ex-presidentes do País, bancados pela União.
Na última live, Jair Bolsonaro fez um grande balanço de sua gestão e também condenou atos de terrorismo cometidos por apoiadores dele desde que perdeu o segundo turno eleitoral, no dia 30 de outubro.
Em outro ponto, se queixou de que atitudes de violência política no país são sempre atribuídas a “bolsonaristas” e fez uma menção aos protestos que acontecem em frente aos quartéis em várias cidades, onde eleitores seus pedem a intervenção militar, o que é inconstitucional. “Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi”, afirmou ele na live.