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Motorista que matou idosos em acidente escapa de punição maior

Na contramão, dirigindo embriagado e em alta velocidade. Mesmo com todas essas evidências comprovadas pela investigação policial, Saulo Lucas Barbosa Vieira, de 27 anos, conseguiu escapar de uma punição maior no tribunal de justiça. Ao ser julgado na sexta-feira (02), o motorista venceu a denúncia de prática de homicídio doloso e pagará por homicídio culposo (quando não há intensão de matar). Um gravíssimo erro da Justiça justificado pela fraqueza absurda do código penal brasileiro.

Ao usar a palavra no julgamento, Saulo confessou ter bebido ‘seis latinhas de cerveja’ naquele triste dia 15 de julho de 2018 e ainda complementou a sua versão alegando que, quando viu o veículo onde estava o casal Luiz Vicente da Cruz, de 69 anos, e Aparecida da Souza Cruz, de 59, vindo em sua direção, tentou desviar, mas acabou ‘se embanando’ e colidindo frontalmente. A batida aconteceu na Avenida Marechal Cândido Rondon, às 05 horas, e matou os dois idosos.

“Bebi seis latas até umas 22h, 22h30. Depois dormi, acordei e decidir ir ao centro para comprar um salgado. Lá tinha de R$ 1 em uma padaria. Eu não lembro o endereço. Lá [na rua], quando virei na curva, não tinha sinalização e eu entrei na contramão e fui de frente com o carro das vítimas. Tentei evitar, mas não consegui”, ressaltou Saulo. “Não sou um monstro”, complementou.

Carros ficaram com as quatro rodas para cima após colisão em Campo Grande — Foto: José Aparecido / Tv Morena

Ao afirmar que estava dirigindo bêbado, Saulo automaticamente confessa ter provocado o crime, um autêntico assassinato no centro da cidade de Campo Grande, usando o seu veículo como arma. Tirar dele a responsabilidade total pelo ato é o mesmo que incentivar a ilegalidade no trânsito, é culpar a bebida pelos erros cometidos no volante mesmo existindo opções de escolhas que impeçam ocorrências deste porte.

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, condenou Saulo a nove anos e oito meses de prisão em regime fechado. O Ministério Público Estadual (MPMS) já adiantou que irá recorrer da decisão, já que defende o enquadramento do acusado em crime de homicídio doloso. Saulo sobreviveu e terá uma chance até mesmo para se recuperar psicologicamente, ao contrário do casal que morreu naquela batida, totalmente inocentes.

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