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‘Cão Terapia’ transforma o choro em sorrisos na pediatria da Santa Casa

Basta uma simples lambida para que o choro e a angústia do paciente desapareçam e dê lugar ao sorriso e a alegria. Para quem está refém de um leito hospitalar, a rotina é sempre exaustiva e os procedimentos, na sua grande maioria, provocam dores e desconforto. Quando o paciente é uma criança, essa realidade é ainda mais agravante, já que eles ainda não sabem lidar com essas aflições.

Na Santa Caas de Campo Grande, desde 2018, existe uma alternativa para acalmar os ânimos e proporcionar um momento de tranquilidade e descontração para os pacientes da pediatria. Trata-se da Terapia Assistida por Animais, também conhecida pelo apelido de ‘Cão Terapia’ e que consiste, assim como o próprio nome já diz, no uso de um animal doméstico para entreter as crianças no período em que estão internadas no hospital.

Uma das cachorrinhas que fazem parte deste projeto é a Zili, da raça Shih Tzu. Muito dócil e animado, ele é tido como a grande estrela da terapia assistida, onde já se acostumou a receber vários mimos dos pacientes e seus acompanhantes, até mesmo outros nomes o cachorro ganhou no decorrer dos seus três anos de vida, tais como Zoio, Zilinelson, Zileri, Nelson Roberto, Petisco e Amigão.

De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, a terapia com cães ficou interrompida desde 2020 por conta da pandemia provocada pela Covid-19. Agora, passados pouco mais de dois anos, o projeto retornou na última segunda-feira (03) atendendo os pequenos pacientes da pediatria.

O pequeno Zili, que mais parece um brinquedo de pelúcia por conta da sua docilidade, ainda usa um óculo ‘estilo aviador’ para conquistar logo de imediato os seus novos amigos dentro do hospital. A estudante Keila de Oliveira, tutora do Zili, explica que o doguinho passa por um processo de seleção antes de se tornar co-terapeuta do Projeto Amar Intervenções Assistidas por Animais (IAA).

“É a primeira vez dele aqui na Santa Casa, mas no semestre passado ele foi cão terapeuta em outro hospital. Ele tem um comportamento super dócil e passa por uma preparação antes de começar, com um banho para tirar todas as bactérias presentes no corpo”, comentou a tutora.

O Amar IAA é um projeto de extensão e pesquisa realizado pela Universidade Uniderp em parceria com instituições de saúde de Campo Grande. Na Santa Casa, a ação voluntária teve início em 2018 por iniciativa da Comissão de Humanização e faz parte do desenvolvimento das diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde.

Vale ressaltar que o “cão terapeuta” deve ser calmo em situações de estresse, ter boa convivência com outros animais e pessoas, incluindo idosos, e nenhum registro de agressividade. “O veterinário faz a triagem e seleção dos cães, porque precisam de um perfil de saúde e psicológico do animal para saber se estão aptos a esse tipo de local hospitalar. Não é por ser cão que ele automaticamente está qualificado. Por isso, é importante a parceria com a universidade que oferece toda essa fundamentação e suporte para nós”, explica a gerente de Comissões Técnicas da Santa Casa e enfermeira Regiane Bononi.

Para ela, a terapia com os animais contribui para a qualidade de vida do paciente e está em conformidade com a política de humanização na área da saúde. “Algumas pesquisas indicam que o contato do paciente com animais auxilia no controle da dor, alivia quadros de ansiedade ou depressão e minimiza os impactos da hospitalização”, ressaltou Regiane, que também é membro da Comissão de Humanização.

Entre os benefícios da Terapia Assistida por Animais estão a melhora na comunicação, na memória, na concentração, na afetividade, na autoestima, na socialização e no estabelecimento de vínculos. “Além de atuar no bem-estar durante a internação, facilita o retorno para a casa por conta dessa conexão que eles fazem com os animais”, finalizou a enfermeira.

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