Capital

Rochedinho ganha cozinha experimental para aulas práticas

A construção da cozinha experimental da Escola Municipal Agrícola Barão do Rio Branco, que fica no distrito de Rochedinho, a 20 quilômetros de Campo Grande, é um dos principais projetos em andamento na unidade, e envolve toda a comunidade escolar. Desde a escolha da melhoria – que foi definida pelos alunos -, cálculos da área a ser construída e dos materiais utilizados, até erguer as paredes e fazer o telhado, a obra é realizada com a participação dos alunos, pais e professores.

“É tudo parte do projeto Controlador Jovem. A gente definiu junto com os alunos o que havia de maior necessidade na escola e eles escolheram juntos, para que fosse construída a cozinha experimental. Não podia ser algo muito fácil, ou impossível de ser feito. Mas tinha que ser um desafio”, explicou Francisley Galdino da Silva, diretor da escola que tem 180 alunos do grupo 4 ao 9º ano do ensino fundamental.

E de tijolo em tijolo o desafio está ganhando forma, e já faz os alunos planejarem o que vão poder fazer na cozinha nova, que tem previsão de ser entregue antes do fim do ano letivo. “A gente quer aumentar a produção das geleias e queijo. Além disso, os alunos fazem aulas práticas na cozinha, desenvolvem receitas. Com mais espaço vai ser muito melhor aproveitado”, disse a responsável pela cozinha experimental, Rosicléia Martins de Souza. Atualmente os alunos usam uma cozinha pequena para a produção das geleias de amora, abacaxi, pimenta, morango, além dos doces de mamão, abóbora, leite (pastoso e em barra), iogurte e queijo.

“Este é meu último ano na escola, e talvez eu não aproveite tanto a cozinha, mas tenho dois irmãos que estudam aqui e um terceiro que ainda é pequeno, e com certeza também será aluno um dia. Eles e os outros alunos vão usufruir de algo que eu participei. É feito para todos e me deixa muito feliz”, afirmou o aluno do 9º ano, Gustavo Francisco Alves, 16 anos, que começou a estudar na escola no ano passado. “Minha família se mudou para Rochedinho na pandemia. E quando tive o primeiro contato com a escola, já gostei”.

Alegria define o Gustavo e os outros três alunos que participam do projeto como auditores, todos do 6º ao 9º e indicados pelos professores para representarem os demais estudantes. “Eles ajudaram a organizar, participaram de cada etapa, das reuniões. A escola direcionou o que eles poderiam escolher para melhorar, em uma lista prévia que vem do projeto, com diversos apontamentos desde a entrada, avaliando a infraestrutura, são nove espaços no total e eles foram observando se aquelas áreas atendiam a eles e a escola. Por fim, ficou definida a construção da cozinha experimental, que era algo realmente necessário”, explicou a coordenadora pedagógica da escola e monitora do projeto, Sandra Mara Vilela.

Além de avaliar os espaços físicos da escola e ajudar na escolha do que será melhorado, os alunos colocaram “a mão na massa” nas aulas de matemática, para calcular a construção e os materiais. “Eles fizeram as medidas do que seria possível construir em termos de espaço e quantidade de material. É tudo previsto dentro do conteúdo de educação financeira e fiscal. E também as áreas das figuras planas, ficou mais fácil ensinar, pois eles já estavam vendo o local que aquela determinada figura se encaixaria. A obra virou conteúdo e tudo gera interesse dos alunos”, disse o professor Thiago Alves.
Controlador Jovem
“Sempre morei em Rochedinho e é muito bom participar de um projeto que é para melhorar ainda mais a escola. E meu pai está ajudando na construção, é muito legal”, afirmou a aluna do 7º ano, Bianca Menezes Contrim, 11 anos. O pai da Bianca é voluntário na obra e comemora poder ver o crescimento da escola. “Eu estudei aqui quando a escola era bem pequena, poucas salas de aula. E ver o quanto cresceu e o quanto é importante para a comunidade é muito bom. A parceria dos pais é fundamental. A gente ajuda porque é importante, é para todos nós”, afirmou José Carlos Contrim.O projeto Controlador Jovem, lançado em maio deste ano, preconiza a participação dos estudantes nas decisões relativas ao ambiente escolar, com avaliação das etapas e o uso racional dos recursos. “Estamos incentivando os alunos a ter pensamento crítico e construtivo, permitindo que eles participem de todas as etapas, tomem decisões. Fomos em cada espaço de avaliação, e eles observavam se o que existe na escola atende as demandas deles. É um processo de aprendizagem que inclui cada um”, opinou o professor e coordenador do campo da escola, Regivaldo Ortega. 

A ideia do projeto é envolver os estudantes e toda a comunidade escolar em uma experiência pedagógica, que contribuirá para a disseminação de conhecimentos práticos sobre o controle social, voluntariado, consciência ambiental e diversos outros temas que levam a um despertar cidadão. Como parte das ações os estudantes avaliam e identificam situações que necessitam de adequações e/ou aperfeiçoamento na unidade de ensino, e assim, propõem possíveis soluções para a melhoria do ambiente escolar. As cinco propostas vencedoras serão divulgadas em novembro durante a cerimônia de premiação.

Eureca

“O projeto já prevê uso mínimo ou nenhum de recursos, então conseguimos todo o material por meio do projeto Eureca. Foi disponibilizado praticamente tudo que a gente precisou para a obra como piso, telha, madeiramento e cimento. Aí a mão de obra a gente fez a parceria com os pais e também com o pessoal do Proinc de Rochedinho. Começamos a obra em setembro e a previsão é de terminar na primeira quinzena de novembro. É tudo cronometrado”, explicou o diretor Franciscley.
O projeto “Escolas Unidas e Revitalizadas com Amor” (Eureca), da Secretaria Municipal de Educação (Semed) realiza serviços de manutenção e revitalização nas unidades escolares da Rede Municipal de Ensino (Reme). Até agora foram 28 intervenções entre unidades revitalizadas (4) e que tiveram manutenção (11) e outras atendidas em parceria com os diretores escolares (13) – como é o caso da unidade escolar do distrito – e a previsão é de concluir outras 28 intervenções até o fim do ano. “Estamos conseguindo atender as demandas mais urgentes, seja com material ou com mão de obra quando necessário. E assim resolvendo situações físicas nas unidades escolares. É um trabalho que terá continuidade, pois é muito necessário e importante”, afirmou a secretária Municipal de Educação, Alelis Izabel Gomes.

Deixe um comentário