Mega safrinha ajuda a viabilizar usinas de etanol de milho no Estado
A produção elevada de milho safrinha, que neste ano vai render mais de 11,4 milhões de toneladas, 75,8% a mais que no ano passado, vai ajudar a viabilizar as duas usinas de etanol de milho que estão em desenvolvimento em Mato Grosso do Sul, que têm investimentos de quase R$ 2,5 bilhões.
A avaliação é do secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck. Segundo ele, além do milho destinado ao setor alimentício neste ano, a produção de etanol será um novo mercado para o consumo interno de milho, utilizando boa parte da safrinha local. Duas novas unidades de etanol de milho devem entrar em operação no Estado, sendo uma delas em Dourados (Inpasa) e outra em Maracaju (Neomille).
Segundo o secretário as indústrias de etanol de milho da Inpasa e da Neomille são empreendimentos extremamente importantes no Estado, tanto pelo impacto econômico quanto pelo desenvolvimento a ser proporcionado na região. “Além da dimensão já conhecida do setor sucroenergético, as duas unidades vão produzir o DDGs, permitindo a verticalização da cadeia da pecuária, com um produto que não existia, e avançar na suinocultura e agricultura. É agregação de valor à nossa matéria prima e um novo patamar para a indústria sul-mato-grossense”.
A Inpasa, considerada a maior produtora de etanol de milho e derivados da América Latina com três sedes no Brasil, já opera em Dourados. A unidade no município sul-mato-grossense é a quinta do grupo e deve produzir 400 milhões de litros de etanol/ano, para um processamento de 1 milhão de toneladas de milho, na primeira fase de operação. Dobrando a capacidade com a conclusão da segunda etapa de obras.
O investimento previsto da Inpasa é de R$ 2 bilhões, sendo R$ 100 milhões oriundos de recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste).
Além do complexo industrial, os investimentos da Inpasa Agroindustrial em Dourados compreendem uma usina termoelétrica para cogeração de 26,18 MW, posto de combustíveis e polo de serviços. Ao todo, mais de 600 empregos diretos serão gerados pela empresa.
Já o projeto da nova planta da Neomille em Maracaju une o que há de mais moderno em termos de máquinas, processos e equipamentos a um modelo inovador e sustentável de negócio, avalia Verruck. Com R$ 1,4 bilhão de investimentos para a construção da primeira fase, a nova unidade – quando estiver operando na capacidade total – poderá processar até 1,2 milhão de toneladas de milho por ano, resultando em 550 milhões de litros de etanol.
A previsão é de que a nova planta esteja funcionando a pleno vapor no segundo semestre de 2023. A construção gerará mais de mil empregos diretos e indiretos, sendo priorizada a captação de mão de obra local. A expectativa é que a nova unidade da Neomille processe 1,2 milhão tonelada de milho por ano com a produção de 550 milhões de litros de etanol por ano.
A produção de DDGs (Dried Distillers Grains With Solubles) será de 330 mil toneladas ano e produção de óleo é projetada para 22 mil toneladas por ano. A unidade também espera vender 105 GWh por ano.