Com 5 t. de comida podre, empresa que fornecia carnes para merenda escolar é interditada
A Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) apreendeu cerca de cinco toneladas de carnes em condições impróprias para consumo em Campo Grande. A mercadoria foi encontrada em uma empresa de embutidos situada no cruzamento das ruas Verídiana e Doutor Jivago, no bairro Estrela do Sul.
O local foi interditado pela fiscalização da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) na manhã desta sexta-feira (23). A equipe policial informou que a carne apreendida estava com larvas e foi considerada totalmente imprópria para o consumo, por isso, será descartada. A maior parte dos produtos é charque.
A investigação pontuou que o empresário responsável fugiu quando viu a presença da fiscalização no local. Um advogado esteve representando a firma, porém, não deu declarações para a imprensa. Todos os alvarás estavam vencidos. O responsável usava registro de duas empresas do estados do Mato Grosso e de São Paulo para conseguir fornecer merenda para escolas públicas de Campo Grande, além disso, ele também falsificava o registro de inspeção federal.
O caso foi descoberto por denúncias anônimas feitas ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e que levou a polícia ao galpão da empresa. Segundo informou o delegado Reginaldo Salomão, responsável pelo caso, a situação em que os alimentos eram armazenados pode ser classificada como ‘trágica’.
Na empresa, foram encontrados pacotes de carne descongelando no chão, todas podres e sem condição de consumo. No galpão não havia telas de proteção para evitar a entrada de bichos e muitas moscas estavam no ambiente. O sal que era usado para fazer charque estava armazenado no banheiro junto de produtos de limpeza.
Conforme o Portal da Transparência do Governo do Estado e da Prefeitura de Campo Grande, a empresa forneceu alimentos para as escolas públicas até o ano de 2018, especialmente diversos cortes de carne ao custo de R$ 224 mil, à época, e também alimentos industrializados como fórmula infantil e biscoito de polvilho. Em maio deste ano, a Prefeitura acionou a empresa para aplicar penalidade de irregularidade em licitação.