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Show é show, manifestação é manifestação!

No seu local de trabalho, você costuma ir com bandeiras partidárias ou protagonizar discursos políticos? Na maioria dos casos, a resposta é não. E a justificativa é bem simples, lá é o local de trabalho e o foco deve estar centrado na atividade que exerce. Não diferente deve ser com os artistas, em especial os músicos, que vêm transformando suas apresentações em verdadeiros comícios e liderando discursos de ódios contra gestores públicos.

Não se deve misturar as coisas. Show é show, manifestação é manifestação. É verdade que temos a liberdade de expressão, podemos comentar sobre qualquer assunto, mas existem os momentos certos para isso. No contrário, o ato passa a ter carácter político, partidário e de interesse pessoal.

Quem vai numa apresentação artística vai para ver o espetáculo, para ouvir e cantar as músicas, contemplar a dança, assistir ao teatro. Quem quer protestar deve ir a uma manifestação.

No último final de semana, durante o Festival de Inverno de Bonito, a cantora Gal Gosta incentivou o público a gritar a frase ‘Bolsonaro, vai tomar no cú’. O vídeo esparramou na web e gerou intensos debates nas redes sociais sobre os limites dos artistas em cima do palco. A ideia do Festival, que era de celebrar a cultura, acabou se transformando num ato político durante aquele momento, sem qualquer necessidade.

Fatos parecidos ocorreram recentemente em São Paulo e Belo Horizonte, durante suas Viradas Culturais. Apesar de existirem razões óbvias para as manifestações contra os gestores públicos, principalmente por conta da redução do incentivo à cultura, transformar shows em protestos é assassinar o espetáculo, é perder a oportunidade de ouvir ao vivo quem se admira pelo conteúdo que produz.

O artista, por ser influenciador no agir e pensar da sociedade, precisa ser o primeiro a tomar a iniciativa de proporcionar uma apresentação impecável ao público que o acompanha, sem transformar o seu palco numa palanque político para promover ou ir contra A ou B, mas fazendo do seu show uma publicidade de incentivo à cultura para que essa não morra exatamente por conta de maus gestores públicos.

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