Cemitério erra e restos mortais são colocados em saco de lixo comum para dar espaço em jazigo
Uma família passou por momentos conturbados na quinta-feira (17), em Campo Grande, após uma falha administrativa do Cemitério Santo Amaro. De acordo com as informações, parentes de uma idosa de 77 anos acionaram o local para tratar do enterro dela no jazigo em que estão sepultados o marido e o filho da mesma. No entanto, foi necessário colocar os restos mortais de um dos corpos já sepultados dentro de um saco especial devido a falta de gavetas disponíveis. Mas os responsáveis pelo procedimento fizeram esse processo no túmulo errado.
A idosa morreu na quarta-feira (16) em decorrênia de uma pneumonia no Hospital Regional, onde estava internada. Com isso, a família tratou do velório e do sepultamento, que aconteceu no dia seguinte. Quando o caixão da idosa chegou para o enterro, os parentes dela descobriram que os funcionários do cemitério haviam aberto a cova errada, que fica ao lado do jazigo da familia.
No meio da confusão, os funcionários do cemitério tentaram dar um jeito no problema e, mesmo na presença de todos os familiares, entre esses crianças, fizeram a exumação do corpo do marido da idosa e colocaram os restos mortais dele dentro de um saco de lixo comum para desocupar uma das duas gavetas disponíveis no jazigo. “Ficamos esperando uma hora e presenciamos toda a cena, inclusive vimos os restos mortais do meu avô”, disse a neta da idosa, Daniely Oliveira.
O marido da idosa foi enterrado em abril de 2010 e o filho do casal em 1991. “Minha avó sempre deixou tudo organizado para chegar no fim e passar por esse constrangimento”, continuou a neta. Ainda segundo ela, um dia antes do enterro estiveram no cemitério para assinar a ordem de exumação do corpo do avô para que fosse colocado no saco especial. Pelo procedimento pagaram R$ 150,00.
Os funcionários do cemitério acabaram desenterrando o túmulo ao lado e colocando os restos mortais de outra pessoa no saco especial adquirido pela família da idosa, que ainda alegaram não ter outro no estoque e, por isso, usaram um saco de lixo comum. “Pediram desculpas, devolveram o dinheiro pago e o meu avô terminou num saco de lixo”, disse a neta.
O que chamou a atenção é que o jazigo da família possuí fotografias dos dois homens sepultados (pai e filho), enquanto que no túmulo ao lado cujo corpo foi exulmado há apenas o nome do falecido escrito em uma cruz.
A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), responsável pela administração do Cemitério Santo Amaro, que é público, divulgou uma nota sobre o ocorrido. “Lamentamos o transtorno que a família enfrentou com a demora no sepultamento. Houve um erro, com a abertura da sepultura que não é da família. O problema foi rapidamente resolvido e o sepultado pode ser feito na sequência”, disse.